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Marginais voltam a assaltar embarcações na costa de Luanda disfarçados de pescadores

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Elementos não identificados voltaram a fazer-se passar por pescadores e assaltaram várias embarcações que se encontravam próximo da costa marítima de Luanda, denunciou, nesta segunda-feira, 9, o coordenador da Cooperativa dos Jovens Pescadores, João Garcia.

De acordo com aquele responsável que falava à Rádio Nacional de Angola (RNA), os marginais aparecem fortemente armados em lanchas iguais aos dos pescadores, para os confundir e puderem atacar as embarcações e roubarem preferencialmente motores novos e nalgum caso até toda mercadoria.

“Eles têm lanchas iguais aos que os pescadores usam. Numa primeira impressão, ficamos a pensar que se tratava de pescadores associados quando por baixo do material que transportam tem armas e quando avistam uma outra embarcação e sobretudo, aquelas que têm motores novos é que eles querem. Deixam os pescadores à deriva, muitas vezes levam tudo, o peixe, barco e o motor”, explicou João Garcia.

O coordenador da Cooperativa dos Jovens Pescadores lamentou o desaparecimento de dois dos pescadores que foram vítimas dos marginais, na passada quinta-feira, 5, e referiu que as embarcações pareciam um matadouro todo ensanguentado.

“Nesta última ocorrência, eles vieram munidos com arma de fogo AKM e pistolas. Agrediram os pescadores que encontraram, descarregaram cerca de meio ou mesmo um carregador contra os rapazes. Dois dos quais achamos estarem mortos, porque os corpos não apareceram. Apenas um conseguiu escapar, porque se atirou na água até [alcançar] uma bóia de uma embarcação que estava próximo. Estamos a contar com seis motores roubados dos nossos associados. Depois a embarcação apareceu em terra toda ensanguentada, coisas que a gente só vê em matadouro”, narrou, descrevendo o ambiente de terror enfrentado pelos pescadores.

O delegado marítimo de Cacuaco, Santos Domingos, confirmou que os actos têm sido constantes nas zonas da Samba, Mussulo, entre outras zonas de maior fluxo marítimo, avançando que ocorreu, nos últimos dias, com carácter de urgente, uma reunião multi-sectorial com órgãos associados, como a Polícia de Guarda-Fronteiras, Polícia Fiscal Aduaneira, as Pescas e Administração Municipal.

Por sua vez, o porta-voz do Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional, superintendente Nestor Goubel, prometeu reforçar o patrulhamento ao longo da costa marítima, realçando que foram realizadas 126 operações que resultaram em 697 embarcações apreendidas por infracções policiais e ordem pública.

Texto Áurio Jorge/Agência

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