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Mangovo retrata problemas sociopolíticos numa exposição individual de pintura denominada ‘O sistema’

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O artista angolano Cristiano Mangovo inaugura, no dia 4 de Fevereiro, uma exposição individual intitulada ‘O Sistema’, através da qual aborda “questões sociopolíticas complexas”. A amostra ficará patente até ao dia 30 de Abril, na galeria de arte Insofar, em Lisboa, Portugal.

A exposição é composta por um conjunto de pinturas que retratam temas em torno dos “conflitos de interesses ou o exercício do poder, a sua conquista e preservação a todo o custo; as hierarquias, as mentalidades de divisão e oposição profundamente enraizadas e difundidas”.

‘O Sistema’ é um termo comum em Angola e adoptado pelo artista para designar o funcionamento político de um determinado país, geralmente é usado para caracterizar “algo que seja disfuncional, ineficiente, fraudulento, inadequado ou injusto”, como se pode ler numa nota explicativa.

A amostra, realizada sob a curadoria da canadiana Katherine Sirois, não tenciona mostrar a natureza profunda de um determinado sistema de poder, mas propõe-se “questionar e estimular a reflexão sobre o imperialismo, as rivalidades e os jogos de poder entre indivíduos, tribos, regiões, países, géneros ou mesmo entre Estados e as suas populações”.

Formado em pintura pela Faculdade de Belas Artes de Kinshasa, Cristiano Mangovo tem na paisagem africana contemporânea a inspiração para a criação dos seus trabalhos. Mangovo é natural de Cabinda, vive e trabalha actualmente em Portugal.

Considerado como um dos mais prolíficos entre os pintores da geração angolana do pós-guerra, Mangovo desenvolveu um estilo único, profundo, exuberante e maduro, que pode ser definido como ‘expressionismo figurativo’. A marca artística de Mangovo caracteriza-se por um impulso criativo energético, ritmos visuais fortes, cores e contrastes ousados, formas em movimento orgânicas desinibidas e representações corporais distorcidas.

As obras de Cristiano Mangovo já estiveram expostas na Expo Milão (Itália), no Hangar-Centro de Investigação Artística (Lisboa), tendo o artista sido distinguido com o ENSA Arte (2018), o mais prestigiado e concorrido prémio de artes plásticas em Angola, entre outros.

Irinea Lukombo

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