Mais de 80% dos angolanos entre os 15 e 34 anos não têm trabalho. País fecha 2024 com taxa media anual de desemprego de 31,5%
O país fechou 2024 com uma taxa média anual de desemprego de 31,5%, menos quatro com os dados do quarto trimestre de 2023, revela o Instituto Nacional de Estatística (INE), que acaba de publicar o ‘Inquérito ao Emprego em Angola’, indicando um mercado de trabalho dominado pela informalidade.
O relatório do INE indica que 82,8% dos desempregados em Angola têm entre 15 e 34 anos, com a taxa de desemprego a atingir 57,7% entre os jovens dos 15 aos 24 anos.
No total, a taxa de desemprego em Angola em 2024 foi de 31,5%, o que corresponde a 5,6 milhões de pessoas sem trabalho, sendo que o desemprego é mais elevado no meio urbano (34,3%) do que no rural (26,4%).
Com uma população estimada em 35,1 milhões de habitantes em 2024, mais de 56% dos angolanos têm 15 ou mais anos, ou seja, fazem parte da população em idade activa.
Em resumo, a taxa de actividade no país é de 90%, o que significa que nove em cada dez pessoas em idade activa estão no mercado de trabalho, seja empregadas ou à procura de emprego.
Apesar deste elevado nível de participação, o mercado de trabalho é dominado por emprego de baixa qualidade e informal, sendo o sector primário o que mais absorve mão-de-obra, em contraste com o fraco peso da indústria.
Mercado informal
A taxa de emprego fixou-se no ano passado em 61,7% (12,2 milhões de pessoas), sendo maior no campo (67,4%) do que nas cidades (58,6%).
A agricultura, caça e pesca continuam a absorver a maior fatia da população empregada (46,6%), seguida do sector terciário (45,3%) e apenas 8,2% no sector secundário.
O relatório do INE revela também que o mercado de trabalho angolano continua “altamente informal”. Quase 80% dos trabalhadores não têm contratos formais e entre os jovens de 15 a 24 anos a taxa de informalidade chega a 93%.
Além disso, 62,4% dos trabalhadores têm apenas contratos verbais e só 37,6% contratos escritos.
Quanto à situação do emprego, a maioria dos angolanos trabalha por conta própria (44,6%), enquanto apenas 18,9% estão no sector privado e 8,5% no sector público.
Huambo lidera na taxa de emprego
O número médio de horas semanais trabalhadas é de 44 horas, mas chega às 53 horas no sector privado, contrastando com as 44 horas do sector público.
No plano regional, a província do Bié apresenta a maior taxa de actividade (95,6%), enquanto Malanje regista a mais baixa (83,4%).
O Huambo lidera na taxa de emprego (78,2%) em contraste com a província de Cabinda (48,1%). A Huíla destaca-se ainda pela maior taxa de desemprego (47,3%), enquanto o Kwanza-Sul apresenta a menor (10,9%).
A população empregada, da qual mais de metade é do sexo feminino, tem em média 37 anos.