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Maioria dos estrangeiros em situação de sem-abrigo no Brasil é angolana

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Do total de estrangeiros em situação de sem-abrigo na República Federativa do Brasil, os angolanos constituem a maior comunidade, revelou, nesta terça-feira, 12, um estudo do Instituto de Pesquisa Económica Aplicada (IPEA), citados pela Rádio Televisão Portuguesa (RTP).

Os dados foram apresentados numa altura em que, em dez anos, o número registado pelo Estado brasileiro relativo às pessoas sem-abrigo cresceu mais de 900%, passando dos 21.934 em 2013 para mais de 227 mil até Agosto deste ano.

Em declarações à Rádio e Televisão de Portugal (RTP), Marco Natalino, especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental no IPEA, mostrou-se embaraçado por não conseguir encontrar uma justificativa quanto ao crescente número de angolanos em estado de sem-abrigo.

“Eu vou ser perfeitamente sincero, acho que não é meu papel inventar nada. Fiquei surpreso ao ver o número, troquei algumas ideias com a Organização Internacional de Migração da ONU a esse respeito, para que consigamos compreender, pois nós não temos uma explicação rápida para isso”, justificou.

A pobreza, o desemprego, os problemas familiares e o consumo de droga são alguns dos factores citados pelo especialista como catalizadores do fenómeno em causa.

“Mais de 50% das pessoas indicam algum tipo de razão económica. O desemprego é o principal, mas temos também a perda de moradia, o consumo de drogas, conflitos familiares, separações, saúde física e mental, e o facto de que certas pessoas, por morarem muito longe do local onde se pode achar um trabalho, acabam por ficar uma semana na rua e voltam no fim-de-semana para uma casa muito longe”, referiu.

O documento, agora apresentado pelo Instituto de Pesquisa Económica Aplicada, apresenta ainda uma estimativa que aponta para um aumento de 211% de pessoas em situação de rua na última década que não estão sinalizadas.

Com a situação económica e social instável que se vive no Brasil, os especialistas acreditam que o número de sem abrigos poderá continuar a crescer de forma acentuada.

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