Luís Montenegro anuncia incremento de 500 milhões de euros à linha de crédito concedida ao Estado angolano
O governo de Portugal decidiu efectuar um incremento de 500 milhões de euros à linha de crédito destinada a Angola, anunciou, nesta o primeiro-ministro Luís Montenegro, que se encontra de visita a Angola desde as primeiras horas desta terça-feira, 23.
Em declarações à imprensa, na sala de reuniões do Conselho de Ministros, no Palácio da Cidade Alta, o primeiro-ministro português assegurou que a linha de dois mil milhões de euros disponibilizada “ainda não está esgotada” e que este reforço surge como um “sinal de confiança” que se tem do Estado angolano.
“A linha de crédito que neste momento ascende a dois mil milhões de euros, que o governo português, através do Banco Português de Fomento (BPF), dá às empresas que fazem investimento, e que será reforçada em mais 500 milhões de euros, não está esgotada”, garantiu Montenegro durante uma conferência de imprensa conjunta com o Presidente João Lourenço.
“Temos alguns processos que estão em fase de apreciação e uma quantia significativa disponível”, acrescentou.
Para o chefe do governo português, este reforço na linha de crédito vai ajudar as cerca de 1 250 pequenas e médias empresas (PME) portuguesas que produzem “para o mercado interno e externo”, nomeadamente vizinhos de Angola e destinos de exportações de Luanda.
O primeiro-ministro português disse igualmente que este reforço vai ainda ajudar o governo angolano “a fazer investimentos em infra-estruturas e em outros domínios que possam ajudar o desenvolvimento do país” e que permitam, consequentemente, criar “melhores empregos e melhores condições de bem-estar para os angolanos”.
Por seu turno, sem avançar o destino da verba anunciada, o Presidente João Lourenço garantiu já estarem definidas as áreas onde serão alocados os valores em causa.
“Agradeço por este valor anunciado pelo primeiro-ministro e dizer que já temos áreas definidas para alocar estas verbas, que não vou dizer aqui”, disse João Lourenço.
O chefe do governo português revelou igualmente que o Instituto de Emprego e Formação Profissional vai começar a trabalhar em Angola para promover a formação profissional de quadros angolanos e garantiu mecanismos para reforçar a atribuição de vistos entre os dois países.
Em relação às questões migratórias, Montenegro revelou que as recentes alterações à política de imigração em Portugal “mantêm intactas todas as condições para haver uma mobilidade fluida entre os cidadãos portugueses que vêm para Angola e os cidadãos angolanos que procuram Portugal”.
Durante a visita de Luís Montenegro ao Palácio da Cidade Alta, as delegações dos dois países assinaram 12 acordos em vários domínios.
Durante a sua estadia em Angola, o primeiro-ministro português terá uma agenda cheia, tendo, no fim da tarde desta terça-feira, efectuado uma visita à Escola Portuguesa de Luanda.
Nesta quarta-feira, 24, de amanhã, vai visitar a Feira Internacional de Luanda (FILDA) e depois vai seguir para Benguela, onde vai constatar o desempenho das empresas portuguesas naquela região do território nacional.