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Lucros do BCI cresceram 54% para 51 mil milhões kz em 2024

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O Banco de Comércio e Indústria (BCI) registou, em 2024, um resultado líquido de 51 mil milhões de kwanzas, alcançando um crescimento de 54% face ao período homólogo, anunciou, na última quinta-feira, em Luanda, o seu presidente da Comissão Executiva, Renato Borges.

Durante a 1.ª edição do ‘Kuzwela BCIʼ —  espaço criado para a promoção de diálogo e divulgação dos resultados e estratégias da instituição bancária —, Renato Borges assegurou que os fundos próprios do banco estão cada vez mais solidificados, em razão do aumento considerável de capital, muito embora não se preveja, para já, a distribuição de dividendos até aos próximos três anos.

Na interacção com os jornalistas, os membros do board do BCI destacaram, em especial, o objectivo de tornarem o banco numa potente instituição financeira a operar no mercado angolano, sobretudo no sector do agronegócio.

O BCI financia neste momento cerca 75 mil produtores ligados ao agronegócio, sendo que já conseguiram semear cerca de 68 mil hectares, para uma previsão de colheita de 102 mil toneladas de produtos diversos.

“Foram investidos 16 mil milhões de kwanzas e a grande novidade nisso é que foi a taxa zero, beneficiando várias famílias das províncias de Malanje, Kwanza-Sul, Kwanza-Norte, Benguela, Huíla e Huambo. Os produtos que nós escolhemos são o milho, arroz, algodão, soja e o trigo”, detalhou o PCE.

O responsável acredita que a diversificação da economia do país deve passar, essencialmente, pelo agronegócio, por conta dos objectivos relacionados com a segurança alimentar.

Por outro lado, o presidente da Comissão Executiva do BCI lembrou que, após o processo de privatização, ocorrido a 17 de Dezembro de 2021, muitas perguntas surgiram sobre o que iria acontecer com o banco; um questionamento que acabou por ser também uma preocupação do próprio corpo administrativo da instituição bancária.

“O que fez o banco entrar na esfera do Programa de Privatizações [ProPriv] foi que, na verdade, era um problema para o Estado. Daí que, de 2016 a 2019, ter sido alvo de vários e sucessivos aumentos de capitais. Porém, o banco não conseguia ganhar atracção desejada”, comentou Renato Borges.

Segundo o PCE do BCI, a falta de boas práticas foi um dos principais problemas identificados, pois fazia-se o aumento do capital, mas o banco não reanimava, o que obrigou repensar o modelo de governance.

“Obviamente, isto passava pelo capital humano, revisão dos processos, procedimentos e investimento em tecnologias. A nível dos sistemas informáticos, investimos cerca de oito mil milhões de kwanzas para podermos dar resposta àquilo que tínhamos definido a nível da nossa actuação”, ressaltou.

O BCI tinha em 2022 um crédito vencido de 47%. Ao fim de dois anos, os dados revelam uma recuperação assinalável.

“Era um grande problema, talvez pelo histórico do banco ter sido público. Tivemos que fazer um grande trabalho em relação a isso. Em 2024, encerrámos as contas com um nível de crédito vencido de 7%. Tivemos que ser muito incisivos”, referiu Renado Borges.

Nalguns casos, acrescentou, tiveram que chegar mesmo à esfera judicial, mas nunca perdendo de vista a via extrajudicial, já que, no final, o objectivo era ver o crédito recuperado.

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