Lotadores, bagageiros e engraxadores não constam dos 31,6% de desempregados em Angola
A taxa de desemprego em Angola, referente ao segundo trimestre de 2021, registou um aumento de 1,1 ponto percentual, elevando o índice de 30,5% no primeiro trimestre para 31,6% no segundo. O resultado apresentado não considera os lotadores, bagageiros e engraxadores, que são referidos como empregados.
Os dados foram avançados na sexta-feira, 13, pela chefe do departamento de estatísticas demográficas e sociais do Instituto Nacional de Estatística (INE), Teresa Spínola, quando apresentava os resultados do Inquérito ao Emprego em Angola (IEA) referente ao período em análise.
De acordo com o técnico do INE, Pedro Patrick, são considerados empregados os cidadãos com idade igual ou superior a 15 anos, que efectuem trabalho de, pelo menos, uma hora, desde que este seja remunerado.
Conforme fez entender, os lavadores e lotadores de carro, bagageiros, engraxadores, bem como os vendedores ambulantes, não fazem parte dos desempregados, ou seja, estes são considerados trabalhadores por conta própria, com remuneração.
Nos 31,6% de desempregados não constam também, por exemplo, os filhos que ajudam as mães a vender produtos diversos, ou que auxiliam o tutor a realizar qualquer actividade que gere sustento para a família.
Segundo o chefe do departamento de comunicação do INE, Hernani Luís, a discussão à volta do que é ou deixa de ser trabalho “não é um ângulo do INE”, que se limita a fazer uma fotografia da realidade.
Relativamente à questão dos lotadores serem considerados empregados, Hernani esclareceu que neste ponto está em causa “a qualidade do emprego”, garantindo que o Instituto realiza apenas “a catalogação da actividade, e se preocupa em saber se é ou não remunerada”.
Em termos práticos, a percentagem publicada é a representação de 4.960.162 de desempregados da população economicamente activa, que, para o mesmo trimestre, foi de 15.675.396 cidadãos.
Para este período, o Instituto Nacional de Estatística referiu que o sector primário — ou seja, a agricultura, a produção animal, a caça, florestal e a pesca — foi o que mais absorveu a população empregada, com 53,3% dos 10.715.234 empregados no país.