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JLo diz que a oposição está a fazer má avaliação do “teatro das operações”

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O Presidente da República, João Lourenço, criticou a postura da oposição, considerando que esta está, desde 1992, a fazer uma leitura errada dos processos eleitorais. Sem nunca citar o nome UNITA, mas dirigindo-se ao seu principal “adversário”, o Presidente João Lourenço lançou algumas farpas ao maior partido da oposição, ao qual deixou o aviso de que estaria a fazer, de novo, uma “má avaliação do teatro das operações”.

João Lourenço, que falava em entrevista colectiva, concedida, nesta quinta-feira, 6, a cinco órgãos de comunicação social, afirmou que, “desde 1992 que a oposição, de forma errada, faz uma má apreciação sobre o processo eleitoral”, o que acredita estar a acontecer novamente em relação às eleições de Agosto de 2022, com a oposição “a fazer esta má avaliação do teatro de operações”.

Para o chefe de Estado angolano, a oposição vê em todas as eleições a oportunidade de chagar ao poder, acreditando sempre na incapacidade do partido no poder, sendo que, em 1992, o Galo Negro já cantava “calças novas em Setembro” e não aconteceu nada naquele período, nem nos pleitos eleitorais seguintes.

“O simples facto de o nosso principal adversário recorrer a uma espécie de coligação para fazer frente ao MPLA, apenas demonstra que, se calhar, estão piores que as eleições anteriores, uma vez que nos anos transactos sentiam-se suficientemente fortes para individualmente enfrentarem o MPLA, mas hoje precisam de recorrer a uma coligação. Então que se coliguem”, espicaçou João Lourenço.

Falando alternadamente como Presidente da República e também do MPLA, João Lourenço garantiu estar preparado para enfrentar qualquer adversário, quer este se apresente sozinho, quer se apresente coligado. No entanto, tem uma convicção: “o sinal está aí, esta coligação [referindo-se à Frente Patriótica Unida, FPU] é o reconhecimento da parte deles próprios de que sozinhos não vencem o MPLA”.

Para o líder dos ‘Camaradas’, todos podem ganhar nas urnas, porém, o que vai diferenciar é a forma com que cada partido se prepara, sendo que, no seu entendimento, o eleitor é o juiz do MPLA e estes são atentos, e “sabem fazer a sua avaliação e não vai entregar a vitória a um concorrente que acredita que deve ganhar porque chegou a sua vez”.

“Todos têm direito de ganhar as eleições, mas só estar no direito não chega, a candidatura deve ser aprovada primeiramente pelo Tribunal Constitucional. Feito isso, depende depois do que se vai passar no terreno”, lembrou, referindo-se de forma indirecta à situação do XIII Congresso Ordinário da UNITA, que, tal como o VIII Congresso Ordinário do MPLA, aguarda pela validação do corte constitucional, que faz a vez de tribunal eleitoral.

João Lourenço congratulou-se pelos “vários avanços” no tocante à democracia, avanços estes que considera estarem visíveis “a olho nu”. “Nós fizemos, de facto, uma grande abertura para a sociedade, e eu vou citar apenas alguns factos: os debates na Assembleia Nacional, sobretudo as plenárias, hoje a rádio Ecclesia que estava praticamente impedida de expandir o sinal da sua rádio em todo o país, hoje o sinal é uma realidade, são alguns sinais da abertura que contam com o próprio reconhecimento da sociedade”, assinalou.

A entrevista colectiva, que contou com a presença de cinco órgãos seleccionados pela Presidência da República, foi conduzida por repórteres afectos à TV Zimbo, ao jornal O País, ao semanário Expansão, à Agencia Lusa e ao Jornal de Angola, teve uma duração de aproximadamente duas horas.

Bernardo Pires

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