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JLo aconselha pré-candidatos a desmobilizarem as forças já reunidas: “Ninguém inicia a corrida de atletismo sem ouvir o tiro de partida”

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O presidente do MPLA, João Lourenço, aconselhou, nesta quarta-feira, 9, os ‘pré-candidatos’ à liderança do partido a desmobilizarem as forças até agora reunidas, por não se vislumbrarem, para breve, eleições gerais e/ou partidárias no país, e sob pena dos seus intentos virem a constituir uma “agenda” que coloque em causa a estratégia do executivo em relação ao programa de desenvolvimento nacional.

Em declarações feitas durante a abertura da Reunião Extraordinária do Comité Central do MPLA, hoje realizada no Complexo Turístico do Futungo II, em Luanda, o líder dos ‘Camaradas’ viu-se obrigado a recorrer a analogias para dizer, de modo quase explícito, que toda a pretensão de candidatura à liderança do partido levantada por ora seria extemporânea e não recomendável.

“A política é um jogo e, como em qualquer jogo ou competição, só vencem as equipas cujos jogadores ou atletas se submetem à organização e disciplina do colectivo, e respeitam as regras do jogo e a orientação da equipa técnica”, afirmou João Lourenço, acrescentando que “ninguém começa o jogo sem ouvir o apito do árbitro, [assim como] ninguém inicia a corrida de atletismo sem ouvir o tiro de partida, sob pena de ser desqualificado e prejudicar a equipa”.

João Lourenço alegou que “não se vislumbram eleições gerais no país para breve, por não ser o tempo estabelecido pela Constituição”, pelo que o mesmo se aplicaria às eleições partidárias, uma vez que não é ainda chegado também o momento estabelecido pelos estatutos.

“Estamos em plena competição, não podendo deixar-nos distrair por agendas que em nada ajudam a mantermos o foco na necessidade de cumprirmos o programa de desenvolvimento nacional, com a necessidade da diversificação da nossa economia, de aumentarmos a produção nacional para garantir maior oferta de bens e de serviços, de aumentar as exportações e a oferta de postos de trabalho”, sustentou.

Além de António Venâncio, que em 2021 tentou chegar à liderança do partido para disputar as eleições de 2022 como cabeça de lista do MPLA, Higino Carneiro já manifestou vontade de disputar as eleições primárias, assim como se ventila o nome de Fernando da Piedade Dias dos Santos ‘Nandó’ como um potencial candidato a engrossar a lista de putativos concorrentes.

Congresso de Dezembro

A reunião extraordinária do Comité Central do partido no poder, hoje realizada, serviu para convocar e preparar a realização do Congresso Extraordinário do MPLA, a ter lugar em Dezembro do corrente ano; um congresso que vai reflectir sobre os 50 anos da independência de Angola, o percurso de luta, de vitórias e de glória percorridos e perspectivar o futuro do MPLA e da Nação.

“Em todas as fases da luta, o MPLA soube sempre analisar com realismo, pragmatismo e olhar crítico a situação vigente, os perigos e ameaças, a correlação de forças, a conjuntura nacional e internacional, definindo com assertividade os caminhos a seguir para cumprir a missão de melhor servir Angola e os angolanos”, assinalou João Lourenço.

Para o líder do partido no poder, “cumpridas com sucesso as fases da luta pela independência nacional, pela sua consolidação e defesa da soberania nacional, e após o alcance, manutenção e consolidação da paz e da reconciliação nacional”, o foco do MPLA “deve estar virado sobretudo para a consolidação da democracia e o desenvolvimento económico e social do país”.

Para tal, João Lourenço apelou aos seus correligionários no sentido de adoptarem como principal missão do partido a participação activa de todos os cidadãos nos processos de democratização da sociedade e o do desenvolvimento económico e social do país.

“Todo o nosso saber, talento e energias devem estar concentrados na busca das melhores soluções para resolvermos os problemas do povo angolano”, disse o líder dos ‘Camaradas’.

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