Isabel dos Santos “chora em silêncio” após tribunal decidir entregar o corpo do pai à Ana Paula
Num comentário lacónico, mas expressivo, a empresária Isabel dos Santos recorreu, esta quarta-feira, 17, às redes sociais para manifestar o seu estado de espírito, horas depois de o Tribunal de Instrução de Barcelona decidir pela entrega do corpo do seu pai e antigo chefe de Estado angolano à viúva Ana Paula dos Santos.
“Meu coração chora em silêncio”, postou a empresária, na sua rede social do Twitter, acrescentando-lhe: “Meu pai”.
A decisão do Tribunal da Catalunha, na manhã de terça-feira, 16, habilitou a ex-primeira-dama a ter a tutela do corpo do antigo chefe de Estado, e dar sequência ao processo de transladação.
A justiça espanhola chegou a recusar o reconhecimento do casamento do ex-Presidente da República angolano com a Ana Paula dos Santos, tendo considerado inválido naquele território.
Um ‘Memorando de Cooperação’, protocolado no mês de Julho deste ano, entre a República de Angola e o Reino de Espanha, teria sido a chave-mestra para desbloquear essa falta de reconhecimento do estatuto de viúva à Ana Paula dos Santos por parte das autoridades judiciais espanholas.
Mal foi anunciado a decisão do Tribunal de Instrução de Barcelona, a sua irmã, Tchizé dos Santos, interpôs um recurso, alegando que a falta de competência à jurisdição penal sobre o assunto.
“Da decisão do Tribunal de Instrução de Barcelona n.º 11, de entregar o corpo do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos à sua ex-mulher, cabe recurso da queixosa Tchizé dos Santos, por entender que a jurisdição penal não é competente para conhecer da matéria e que deve ser a jurisdição civil que decide sobre o assunto”, esclareceu em nota Carmen Varela, a advogados da família ‘Dos Santos’, avançando que “actualmente já existe um processo civil sobre esta questão”.
José Eduardo dos Santos morreu no dia 8 de Julho, em Barcelona, onde seguia tratamento. Depois de duas semanas em estado de coma induzido, o antigo chefe de Estado angolano, cujo estado de saúde era dado como irreversível, morreu aos 79 anos, 38 dos quais como presidente do partido que sustenta o governo desde 1975 e Presidente da República.