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Isabel dos Santos, billionaire and former chairman of Sonangol Holding-Sociedade Nacional de Combustiveis de Angola EP, attends the inauguration of Efacec Power Solutions SA’s new electric mobility industrial unit in Maia, Portugal, on Monday, Feb. 5, 2018. The industrial unit will allow to increase the annual production capacity of high power fast loaders for electric vehicles. Photographer: Daniel Rodgrigues/Bloomberg via Getty Images

Isabel dos Santos acusa governo angolano de “fabricar provas falsas” contra si e promete contestar ‘Alerta Vermelho’ da Interpol

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A empresária angolana Isabel dos Santos acusou o governo angolano de “fabricar falsas provas” contra si e de ter concebido uma “agenda de motivação política” que não permite aos tribunais agirem de forma “imparcial e independente”.

Em resposta ao Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla inglesa) — que publicou, nesta quarta-feira, 15, uma investigação sobre os bens imobiliários que a empresária, a sua mãe e um antigo sócio de Sindika Dokolo (já falecido) detêm no Dubai — Isabel dos Santos prometeu contestar o ‘alerta vermelho’ (red notice) da Interpol, por ter sido emitido com base em “informações falsas” prestadas pelas autoridades angolanas.

“Eles fabricam provas falsas e não permitem que os tribunais sejam imparciais e independentes”, respondeu a empresária a um questionamento do ICIJ, via e-mail.

No entanto, não tem sido esse o entendimento da justiça angolana, que prometeu tudo fazer, incluindo activar todos os mecanismos internacionais à sua disposição, para conseguir a extradição de Isabel dos Santos.

O ‘alerta vermelho’ da Interpol, emitido contra a Isabel dos Santos em 2022, é um “pedido de aplicação da lei em todo o mundo para localizar e prender provisoriamente uma pessoa enquanto se aguarda a extradição, rendição ou acção legal semelhante”.

Entretanto, os EAU não têm quaisquer acordos relacionados com Angola, nem têm um tratado de extradição com o país, segundo o ICIJ.

Na investigação, tornada pública esta quarta-feira pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, o Dubai é descrito como um “porto seguro” para fortunas ilícitas de políticos e cidadãos a braços com a justiça.

O texto do ICIJ, com o Dubai Unlocked (Dubai desbloqueado), citado pela agência Lusa, revela como têm sido adoptadas políticas que ajudaram a transformar o Dubai num porto seguro para supostos criminosos e políticos corruptos, ao mesmo tempo que os Emirados Árabes Unidos (EAU) se tentam livrar da reputação de destino preferencial para lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo, depois de serem retirados da “lista cinzenta” do Grupo de Acção Financeira (GAFI), entidade financeira intergovernamental.

Os dados recolhidos pelo ICIJ apontam que Isabel dos Santos e a sua mãe, Tatiana ‘Kukanova’ Regan, são co-proprietárias de um apartamento num prédio chamado Sadaf, hoje avaliado em mais de 570 mil dólares.

Os registos imobiliários do Dubai contêm também informações sobre Konema Mwenenge, parceiro de negócios do falecido marido da empresária, Sindika Dokolo, e empresas às quais está associado.

No mail enviado ao ICIJ, a empresária angolana afirmou ter adquirido o apartamento Sadaf para “uso pessoal” com dinheiro que ganhou nas suas empresas e com aparições públicas, tendo acusado o Presidente João Lourenço e as autoridades angolanas de terem “uma agenda de motivação política” contra a família Dos Santos.

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