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“Inevitabilidade” força governo angolano a recorrer ao FMI para mais um empréstimo. Valor deve rondar entre os três e os cinco mil milhões de USD

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O governo angolano está prestes a fechar mais um empréstimo junto do Fundo Monetário Internacional (FMI), que deverá situar-se entre os três e os cinco mil milhões de dólares norte-americanos.

Em causa, segundo avança o jornal português Negócios, está a falta de liquidez, que obriga o governo angolano a olhar para o FMI como uma alternativa viável para dar uma resposta parcial a essa necessidade.

O novo programa de financiamento está a ser negociado desde Outubro deste ano e é previsível que fique fechado até ao final deste ano.

Em declarações, a 15 de Novembro, na Assembleia Nacional, a ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, chegou a refirer-se ao assunto, resumindo-o nestes termos:

“Enquanto a receita tributária não atinge o nível suficiente que permita colocarmos esses projectos e infra-estruturas (água, energia, estradas) ao serviço dos cidadãos, precisamos de nos endividar”.

Na ocasião, a titular da pasta das Finanças adiantou que o stock da dívida pública do país, até 30 de Setembro passado, se situava em 58 mil milhões de dólares norte-americanos.

Para conseguir fazer face à despesa corrente, o governo tem sido forçado a recorrer ao fundo de abandono dos blocos petrolíferos, pelo que a opção pelo FMI surge praticamente como uma ‘inevitabilidade’, até porque outras alternativas implicam obter dinheiro mais caro, o que causaria uma pressão adicional sobre o serviço da dívida.

Vera Daves de Sousa já tinha admitido, em Outubro, que o governo havia solicitado ao FMI “uma nota técnica sobre possíveis opções” para o caso de Angola “pedir um programa” de apoio.

Numa entrevista à Voz da América, a governante disse que “essa nota foi preparada, foi partilhada e está a ser internamente analisada pelo Ministério das Finanças, de modo que ainda não é uma discussão política a nível do governo”.

A par deste financiamento “responsável”, como o classificou a ministra das Finanças, Angola continua a “cruzada” destinada a recuperar dinheiro que considera ter sido desviado ilicitamente dos cofres do Estado durante o consulado do ex-Presidente José Eduardo do Santos.

*Com o jornal Negócios

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