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Guiné Equatorial antecipa eleição presidencial para Novembro

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O Parlamento da Guiné Equatorial aprovou a antecipação para Novembro da eleição presidencial, originalmente prevista para o início de 2023, coincidindo assim com as legislativas e municipais.

A justificação para a mudança reside no contexto das “restrições económicas significativas” que o país enfrenta, avançou o portal noticioso “Verdadeira Guiné Equatorial”.

A decisão, aprovada pelas duas câmaras do Parlamento da Guiné Equatorial, já foi transmitida ao Presidente do país, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo.

Os 18 partidos políticos legalizados na Guiné Equatorial terão assim menos de quatro meses para se prepararem para as eleições presidencial, legislativas e municipais de Novembro.

Obiang, de 80 anos, é o Presidente há mais tempo no poder, liderando há 43 anos a Guiné Equatorial, um pequeno país rico em petróleo que tem governado com mão de ferro desde um golpe de Estado, em 1979.

O pastor e ex-ministro da Justiça da Guiné Equatorial, Ruben Maye Nsue Mangue, foi detido a 7 Agosto, depois de ter criticado o Presidente, a sua família e a oposição.

O coordenador da organização de direitos humanos Somos+ Sociedad Civil acredita que com esta detenção e a falta de informação sobre o destino de Ruben Maye Mangue pretende-se criar um “ambiente pré-guerra na véspera das eleições legislativas”.

O pastor foi detido em Mongomo, o distrito natal e reduto do chefe de Estado, onde tinha sido convocado para uma “reunião” com representantes locais do Partido Democrático da Guiné Equatorial (PDGE) no poder, disse um dos irmãos do detido, Ruben Monsuy, citado pela agência de notícias France-Presse.

Cinco dias depois, o Ministério da Justiça emitiu uma ordem proibindo-o de exercer o papel de pastor e acusando-o de apelar à “violência e de provocar desordem pública”.

A 25 de Julho, Mangue tinha denunciado, numa gravação áudio que se tornou viral na plataforma social WhatsApp, a gestão do país por Obiang, que descreveu como um “demónio” que “mantém refém o seu povo”, e apelou a um “diálogo nacional”.

Organizações não-governamentais internacionais denunciam regularmente a repressão de qualquer oposição na Guiné Equatorial, nomeadamente através de detenções arbitrárias, desaparecimentos forçados e até mesmo tortura.

A Guiné Equatorial é membro da Comunidades dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) desde Julho de 2014.

LUSA

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