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Guarda Presidencial e Polícia Nacional impedem Frente Patriótica Unida de entregar ‘Comunicação sobre o País Real’ ao Tribunal Supremo e de aceder ao Largo da Independência

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As lideranças da Frente Patriótica Unida (FPU) foram, nesta quinta-feira, 11, impedidas, por efectivos da Guarda Presidencial e da Polícia Nacional, de chegarem ao Tribunal Supremo, onde pretendiam proceder à entrega da ‘Comunicação sobre o País Real’ — documento que, minutos antes, haviam entregado junto dos Serviços de Apoio à Presidência da República sem qualquer tipo de sobressaltos.

Na manhã desta quinta-feira, Adalberto Costa Júnior (UNITA), Filomeno Vieira Lopes (Bloco Democrático), Abel Chivukuvuku (PRA-JA) e Francisco Viana (Sociedade Civil), acompanhados de alguns deputados à Assembleia Nacional, iniciaram a entrega da ‘Comunicação sobre o País Real’ a algumas instituições do Estado. A acção não correu de feição em pelo menos dois dos locais escolhidos.

A ‘Comunicação sobre o País Real’ é uma súmula que reúne um conjunto de situações levantadas pela FPU já na quarta-feira, 10, em conferência de imprensa, atinentes ao ‘Estado social do país’, o ‘Estado caótico dos sistema de saúde e a decadente situação da educação e ensino no país’, sobre a ‘Inflação, contratação simplificada e créditos adicionais’ e sobre o ‘Estado democrático de direito’ em Angola.

A ida à Presidência da República aconteceu sem qualquer tipo de sobressalto, mas o mesmo não se poderá dizer do trajecto que as lideranças da FPU tentaram fazer, saindo do Palácio da Justiça até ao Tribunal Supremo (com sede no antigo edifício da Provedoria da República, situado defronte ao Ministério da Defesa e Veteranos da Pátria).

Ali postos, efectivos da Guarda Presidencial foram peremptórios em não admitir qualquer tipo de ‘cerimónia’. “Voltem, voltem, aqui ninguém passa”, disseram, ordenando que a comitiva da FPU fizesse marcha trás e fosse obrigada a cumprir pura e simplesmente, dada a irredubilidade de quem impunha e fazia ouvir a sua voz sem qualquer hesitação.

Depois deste episódio, a comitiva da FPU rumou para a sede da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), sita no São Paulo, onde procederam à entrega do referido documento, no qual são apontadas situações como os números da extrema pobreza e da fome no país, assim como a crise económica que se agravada com a tendência crescente da inflação.

A última etapa da entrega da ‘Comunicação sobre o País Real’ tinha o ‘Largo 1.º de Maio’ como palco, mas ali a comitiva da FPU foi literalmente bloqueada e impedida por um corpo policial, que se apresentou inclusive com escudos e porretes, impedindo, primeiro, o acesso ao referido recinto e, segundo, frustrou a tentativa das lideranças da FPU estabelecerem com os cidadãos comuns naquele perímetro.

Porém, o presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, foi ainda a tempo de contornar o cordão policial, tendo optado por andar pelos arredores de um colégio situado nas proximidades do Largo 1.º de Maio, onde esteve a distribuir a referida ‘Comunicação sobre o País Real’; enquanto Francisco Viana, Filomeno Vieira Lopes e Abel Chivukuvuku tentavam, de forma inútil, obter as explicações sobre o porquê do impedimento.

Francisco Viana ainda chegou a exibir o passe de deputado ao superintendente da Polícia Nacional que liderava o cordão policial, mas de nada lhe valeu a tentativa, porque aquele ignorou o gesto com um silêncio perturbador. A força policial, entretanto, continuou plantada no terreno, impondo a ordem de não progresso aos políticos da FPU.

Ao fim de meia hora, as lideranças da FPU viram-se obrigadas a desmobilizar a comitiva, dado que o contacto que pretendiam manter com o cidadão no icónico Largo 1.º de Maio acabou frustrado pela acção policial.

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