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Governo pede 90 dias para analisar situação financeira exigida pelos médicos

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A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuca, informou que o executivo precisa de pelo menos três meses para atender à questão dos salários mínimos de 1 milhão de kwanzas (1.760 dólares) exigidos no caderno reivindicativo pelo Sindicato Nacional dos Médicos de Angola (SINMEA).

A titular da pasta da Saúde, que falava em declaração à imprensa, na terça-feira, 14, alegou que os médicos não devem “deixar de dar auxílio ao próximo e prestar serviço a alguém que está em sofrimento”, razão pelou qual apela à calma e pediu paciência aos médicos, sublinhando que o executivo vê as questões remuneratórias num quadro geral.

Para a ministra, atender às questões constantes no caderno reivindicativo é um processo que necessita de uma “avaliação profunda e técnica”, por não ser possível, em tão poucos dias, dizer com certeza que se vai aumentar os salários.

Segundo a ministra da Saúde, maior parte das questões reclamadas sobre as condições de trabalho já estão a ser atendidas no quatro do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) e do Plano Nacional de Desenvolvimento (PND).

“Nós temos um Plano Nacional de Desenvolvimento, temos o Programa de Intervenção nos Municípios e, todos estes programas vêm precisamente dar resposta a estas situações”, argumentou.

Quanto aos grevistas, a responsável explicou que a todos serão aplicadas as prerrogativas prevista em diploma legal, ou seja, “enquanto estão a fazer a greve, o Ministério da Saúde vai cumprir todas as prerrogativas que norteiam a Lei da Greve”, aplicando faltas àquele médico que não for trabalhar.

Sílvia Lutucuta, que disse acreditar na sensibilidade dos médicos angolanos, alimenta a expectativa de ver os profissionais da saúde a pararem com a greve, sob argumentação de que “muitos estão em processo de formação”, o que certamente os fará recuar, porque “ninguém quer ficar sem a sua especialidade”.

Em relação à polémica situação do presidente do Sindicato dos Médicos de Angola, Sílvia Lutucuta confirmou que lhe foi dada duas opções, nomeadamente o Hospital Américo Boavida e a Maternidade Lucrécia Paim, entretanto, recusadas por Adriano Manuel.

O ministério reiterou a disponibilidade para dialogar com o Sindicato Nacional dos Médicos de Angola, a fim de se pôr fim à greve iniciada no dia 6 deste mês. Constam do caderno reivindicativo a exigência de melhoria salarial dos médicos, o incremento dos subsídios, a segurança dos profissionais da classe, a melhoria da assistência primária, a humanização dos serviços, a melhoria do sistema de saúde e a transparência.

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