Governo ‘levanta a ponta do véu’ e revela pretensão de juntar Icolo e Bengo, Viana, Cacuaco e parte da Quiçama no projecto da nova província
O governo angolano tem a pretensão de juntar Viana, Cacuaco e parte da Quiçama ao município de Icolo e Bengo, como parte do projecto da nova província que deverá resultar da nova divisão político-administrativa de Luanda, tal como recomendou, na semana passada, o Secretariado do Bureau Político do Comité Central do MPLA.
A informação foi confirmada esta terça-feira, 25, pelo ministro da Administração do Território (MAT), Dionísio da Fonseca, quando intervinha nas II Jornadas do Grupo Parlamentar do MPLA, que decorre na província do Bié.
A ideia do governo angolano é que Luanda passe a ter uma região litoral, mas que não seja extensiva ao município de Cacuaco, já que este se vai juntar ao município de Icolo e Bengo, Viana e parte da Quiçama para dar lugar à mais nova pretensão do MPLA de redefinir os actuais limites geográficos da capital do país.
De acordo com Dionísio da Fonseca, a proposta do Secretariado do Bureau Político do Comité Central do MPLA deve ser discutida com a sociedade civil e na Assembleia Nacional, com o objectivo de serem alcançados os “consensos possíveis”, sobretudo no que ao nome da nova província diz respeito.
Ainda segundo o governante, nos próximos dias devem começar os trabalhos técnicos para definir os limites de cada uma das províncias, assim como os municípios que devem integrar uma e outra província.
Actualmente, a província de Luanda é constituída por nove municípios, nomeadamente Cazenga, Belas, Cacuaco, Icolo e Bengo, Quiçama, Viana, Luanda, Talatona e Kilamba-Kiaxi.
Na última sexta-feira, 21, o Secretariado do Bureau Político do Comité Central do MPLA recomendou os deputados da sua bancada parlamentar a analisarem a possibilidade de divisão da província de Luanda em duas.
Em Julho do ano passado, a Comissão Económica do Conselho de Ministros apreciou a proposta de criação da ‘Cidade Aeroportuária de Icolo e Bengo’, um projecto que vai ser erguido ao redor do novo aeroporto internacional de Luanda.
Para efeito, o Presidente João Lourenço criou, em Agosto do ano passado, uma Comissão Multi-sectorial que está encarregue de proceder a estudos de concepção, construção e desenvolvimento de uma Aerotropolis (Cidade Aeroportuária) nos arredores do Aeroporto Internacional Dr.º António Agostinho Neto.
Na quarta-feira passada, 19, o ministro dos Transportes, Ricardo Viegas D’Abreu, esteve em Londres, onde, em representação do governo angolano, assinou um contrato com a empresa britânica ‘Foster + Partners’, encarregue de elaborar o Plano Director da ‘Aerotropolis de Luanda’.
O director da ‘Foster + Partners’, Gerard Evenden, citado num comunicado distribuído pelo Ministério dos Transportes, mostrou-se satisfeito por fazer parte de um “projecto transformador para Angola, que “irá criar uma comunidade nova e próspera em torno do aeroporto existente”.