Governo conclui primeira fase do processo de venda da rede de hotéis antes detida pelo empresário São Vicente. IGAPE revela encaixe de 14 mil milhões kz
O governo angolano arrecadou um total de 14,1 mil milhões de kwanzas, com a venda, via leilão electrónico, de quatro hotéis da rede IU, no âmbito do Programa de Privatizações (PROPRIV) 2023-2026, revelou, através de uma nota de imprensa, o Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE).
Trata-se dos Hotéis IU, localizados em Moçâmedes, na província do Namibe, que ficaram com a empresa Viva Luanda; Hotéis IU Lubango (Huíla) e IU Talatona (Luanda), ambos vendidos à empresa Umbiserv; e o Hotel IU Dundo, que ficou com a Endiama.
O concurso público foi lançado no passado dia 16 de Maio do ano em curso, e, de acordo com o órgão responsável, cumpriu toda a tramitação administrativa necessária e em conformidade com as respectivas peças e com a Lei de Base das Privatizações.
Com a venda das primeiras unidades, fica concluída a primeira vaga do procedimento para a privatização na modalidade de alienação de activos da rede de Hotéis IU, IKA e BINA, no âmbito do concurso público realizado.
No documento, o IGAPE adianta que foram apuradas todas as fases previstas nas peças do procedimento, com base no critério de adjudicação previsto, daí que as quatro unidades hoteleiras acabaram alienadas.
As candidaturas tiveram início via portal, mas o leilão, feito em formato electrónico, ocorreu um dia depois das inscrições, com a participação de 40 propostas submetidas por empresas e consórcios, entre nacionais e estrangeiros.
Ao todo, são 39 unidades hoteleiras da Rede IU, IKA e BINA, distribuídas por Malange, Soyo, Caxito, Lubango, Luena, Mbanza Congo, Ndalatando, Ondjiva, Talatona, Uíge, Huambo e Lobito, nas mãos do Estado, desde que foram confiscadas ao empresário Carlos São Vicente pelo Serviço Nacional de Recuperação de Activos da Procuradoria Geral da República (PGR) —acção justificada na altura por fortes suspeitas de que estes bens teriam sido adquiridos com verbas desviadas do erário.
Recorde-se que Carlos Vicente, o antigo homem forte da seguradora AAA e da AAA Activos, foi condenado em Março do ano passado pelo Tribunal de Comarca Luanda a nove anos de cadeia efectiva pelos crimes de peculato, fraude fiscal e branqueamento de capitais.