França. Macron anuncia lei de emergência para recuperar danos de tumultos
O Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou hoje, 4, perante os autarcas das cidades afectadas pelos distúrbios dos últimos dias, um projecto de lei de emergência para restaurar os danos provocados.
O chefe de Estado francês prometeu ajuda financeira às cidades para reparações relativas a “estradas, estabelecimentos municipais e escolas”.
“Vamos ser extremamente firmes e claros com as seguradoras, município a município”, assegurou Macron, durante a reunião com autarcas no Eliseu, o Palácio Presidencial em Paris.
Apesar de ter expressado uma posição de prudência na reunião com os autarcas, Macron admitiu que o pico da violência já foi ultrapassado, após várias noites de distúrbios em várias cidades francesas na sequência da morte do jovem Nahel de 17 anos, atingido a tiro pela polícia durante um controlo de trânsito em Nanterre (nos arredores de Paris) no passado dia 27 de Junho.
“Esta é a nossa maior prioridade, é o que todos procuramos”, disse o líder francês, referindo-se ao regresso à normalidade, após uma série de tumultos que levaram à detenção de mais de 3.400 pessoas.
“Vamos apresentar uma lei de emergência para acelerar todos os prazos, para ter um processo rápido para reconstruir”, disse o chefe de Estado.
Macron também prometeu apoio às comunidades “para poderem reparar muito rapidamente” equipamentos de video-vigilância avariados.
Depois de ouvir muitos dos cerca de 250 autarcas presentes, Emmanuel Macron reconheceu não haver “unanimidade na sala” sobre as soluções a dar após a morte de Nahel.
Macron também manifestou aos autarcas todo o seu apoio e reconhecimento pela actuação perante os motins.
“Se vocês estão aqui é porque foram vítimas directa e pessoalmente, porque as vossas famílias e entes queridos foram afetados”, disse o governante, agradecendo o esforço para conter os atos de violência.
“Quero agradecer com a mesma solenidade com que agradeci à polícia, agentes municipais e bombeiros pelo vosso trabalho”, comentou o Presidente francês.
O Presidente francês lamentou que as redes sociais tenham contribuído para dar mais relevo aos distúrbios, evocando “um desejo de vingança” pela morte de Nahel.
Segundo a associação patronal francesa Medef, os distúrbios já provocaram danos avaliados em cerca de mil milhões de euros: 200 estabelecimentos comerciais foram totalmente pilhados e 300 agências bancárias ficaram destruídas, assim como 250 quiosques de rua.
A Medef não incluiu ainda a previsão do eventual impacto dos incidentes na imagem da França relativamente ao turismo.