França está pronta para “contribuir para a segurança” da Dinamarca
A França está pronta para “contribuir para a segurança do espaço aéreo dinamarquês” após vários sobrevoos de drones sobre aeroportos civis e militares na Dinamarca esta semana, disse hoje o Presidente francês, Emmanuel Macron.
“Acabei de me reunir com a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen. Transmeti-lhe a plena solidariedade da França com a Dinamarca após as repetidas intrusões de drones não identificados, que afectaram o funcionamento do aeroporto de Copenhaga”, escreveu o Presidente francês na rede social X.
“A França está pronta para apoiar a Dinamarca na avaliação da situação e a contribuir para a segurança do espaço aéreo dinamarquês”, frisou o chefe de Estado.
Drones foram avistados na noite de quarta para quinta-feira sobre os aeroportos de Aalborg, Esbjerg, Sonderborg e a base aérea militar de Skrydstrup.
Já na noite de segunda-feira, drones de origem não identificada tinham sobrevoado o aeroporto de Copenhaga, bloqueando o tráfego durante várias horas.
A polícia dinamarquesa informou hoje carecer ainda de informações suficientes para determinar a autoria dos incidentes com ‘drones’ em vários aeroportos, mas confirmou estar a investigar os movimentos de várias embarcações, incluindo um navio de guerra russo.
Numa conferência de imprensa em Copenhaga, quando questionado sobre o papel do navio de guerra russo Alexander Shabalin, o chefe da Polícia Nacional dinamarquesa, Thorkild Fogde, confirmou que um dos primeiros aspetos analisados foram os dados e os movimentos dos navios na costa dinamarquesa.
“E os dados sobre que navios estiveram, onde, de onde vieram, se fazem parte da ‘frota fantasma’ (as embarcações que a Rússia usa para escapar às sanções), etc., fazem agora parte da investigação”, acrescentou.
Fogde acrescentou que as autoridades têm agora uma visão geral “razoavelmente boa” do tráfego de embarcações “amigas e talvez menos amigas” nas águas dinamarquesas.
O navio russo Alexander Shabalin, estava, segundo o jornal Ekstra Bladet, em águas internacionais a apenas 12 quilómetros da costa dinamarquesa quando os incidentes ocorreram.
O chefe da polícia confirmou aos jornalistas que esta é uma das pistas a serem investigadas, mas esclareceu que, neste momento, não há base necessária para abordar embarcações estrangeiras em alto mar, dado que deve haver uma suspeita bem fundamentada.
O chefe do Serviço de Informações de Defesa dinamarquês, Thomas Ahrenkiel, realçou que ainda não existem informações que permitam identificar quem está por detrás dos voos de ‘drones’ que levaram ao encerramento de vários aeroportos.
A primeira-ministra Mette Frederiksen declarou após a conferência de imprensa que está em curso uma “guerra híbrida” em território dinamarquês.
“Os aliados da NATO e a Dinamarca estão a colaborar para garantir a segurança das nossas infraestruturas críticas”, afirmou o ex-primeiro-ministro neerlandês.
O ministro dinamarquês da Justiça, Peter Hummelgaard, disse que “os ataques dos últimos dias fazem parte de uma série de acontecimentos muito preocupantes na Europa”.
Segundo Hummelgaard, o objetivo é “provocar o medo” nos países europeus.
“Novas capacidades devem ser desenvolvidas para detetar e neutralizar os drones. Precisamos de ser melhores do que somos hoje”, acrescentou, citado pela imprensa local.
O Aeroporto de Aalborg, no norte da Dinamarca, foi encerrado na última noite após ser sobrevoado por ‘drones’, num caso semelhante aos registados na segunda-feira em Copenhaga e Oslo.
Esta manhã, anunciou a polícia local, voltaram a registar-se sobrevoos de drones aeródromos e instalações militares no país nórdico.
Na Noruega, a polícia apreendeu na quarta-feira um drone operado por um estrangeiro nas imediações do aeroporto internacional de Oslo.
O aparelho estava a ser pilotado numa zona de exclusão aérea, sem impacto no tráfego.
A Rússia “nega firmemente” estar envolvida nesses sobrevoos, com a sua embaixada em Copenhaga a denunciar uma “provocação orquestrada”.