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Um navio a ser descarregado no Porto de Luanda. Angola

Fora a depreciação cambial e difícil acesso a divisas, BFA acredita que a ‘Nova Pauta Aduaneira’ pode intensificar cada vez mais a queda das importações

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O Gabinete de Estudos Económicos do Banco Fomento Angola (BFA) acredita que a ‘Nova Pauta Aduaneira’, em vigor desde Janeiro último, pode intensificar ainda mais a redução do volume de bens e serviços importados por Angola.

A conclusão resulta da análise feita aos últimos dados disponibilizados pelo banco central, que revela uma balança de pagamentos positiva nos primeiros três meses do ano, por força da queda acentuada nas importações.

“As importações têm reduzido, em parte, por conta da depreciação cambial e disponibilidade de divisas, e este movimento pode ser intensificado pela entrada em vigor da Pauta Aduaneira, principalmente pelo agravamento de alguns direitos de importação de bens de amplo consumo, sobretudo no curto prazo”, escrevem os analistas do BFA na sua habitual nota informativa.

Em análise estiveram os dados apresentados pelo Banco Nacional de Angola (BNA), que revela que, no primeiro trimestre de 2024, a balança corrente registou um superavit de 1,5 mil milhão USD, um aumento homólogo de aproximadamente 1,1 mil milhão USD, representando aproximadamente 6,2% do Produto Interno Bruto (PIB).

Este resultado foi influenciado sobretudo pela queda nas importações de bens, actualmente nos 1,9 mil milhão USD contra os 2,6 mil milhões do primeiro trimestre de 2023.

Segundo o documento, registou-se também um crescimento das exportações na ordem dos 22,7%. Em comparação com o quarto trimestre de 2023, houve uma expansão da conta corrente em 20%, suportada por uma quebra nas importações para 3,2 mil milhões USD.

Em resumo, o Gabinete de Estudos Económicos do BFA refere que, em relação às importações, de um modo geral, estas contraíram 21,1% (3,2 mil milhões USD face aos 4,1 mil milhões USD registados no período homólogo).

O saldo da conta de Serviços cresceu 5,5% no primeiro trimestre para 2,5 mil milhões USD, ao passo que o das contas de Rendimento Primário e Secundário permanecem em terreno negativo, ilustrando de modo claro a evolução das saídas, reflectidas sobretudo na conta débito.

Excluindo a variação das reservas internacionais, o BFA diz que a conta financeira registou um défice na ordem do 1,1 mil milhão (- 22,1%).

O saldo do Investimento Directo Estrangeiro em Angola foi positivo em 191,2 milhões USD, invertendo a tendência negativa que se verificava desde o primeiro trimestre de 2019. Mais: a posição de investimento internacional líquida registou um desagravamento no seu défice, passando para 20 mil milhões USD, no primeiro trimestre (+292,4 milhões USD face ao trimestre anterior, e um crescimento homólogo mais acentuado, +3,5 mil milhões USD).

Somando os dois saldos, os especialistas do BFA revelam que a balança de pagamentos teve, no primeiro trimestre de 2024, um superavit de 473 milhões USD, um crescimento expressivo face ao défice registado no mesmo período do ano anterior (923 milhões USD).

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