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FMI mantém “aberta” a possibilidade de apoiar Angola nas reformas económicas

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O director do departamento africano do Fundo Monetário Internacional (FMI), Abebe Aemro Selassie, afirmou, no último fim-de-semana, que a sua instituição continua disponível para apoiar Angola, no âmbito das reformas económicas a serem implementadas pelo governo, mas considerou ser ainda muito cedo para “garantir um financiamento”.

“Não discutimos ainda um novo programa. Temos o habitual debate com troca de ideias e de análise sobre os indicadores económicos, mas estamos ainda à espera que o governo diga como quer fazer. Mas, é muito cedo, o programa acabou agora”, disse Abebe Selasse à Lusa, quando questionado se o FMI e o governo angolano vão acertar um novo programa, tendo em conta o fim do Programa de Ajustamento Financeiro de 4,5 mil milhões de dólares, que terminou em Dezembro passado.

Abebe Selassie ressaltou o facto de o governo angolano ter feito “um esforço notável para lidar com os desequilíbrios”, dada toda a adversidade dos choques que enfrentaram”, sobretudo com os efeitos da pandemia, mas defendeu que “a chave para o futuro será manter as reformas e a expansão económica”, medidas que o FMI estaria disposto a apoiar independentemente da escolha do país.

Na entrevista à Lusa, Selassie deixou vários elogios ao empenho das autoridades angolanas na implementação do programa, mas vincou que “a incerteza é a palavra de ordem em tempos pandémicos”.

“Dada a escala dos choques, fizeram um trabalho tremendo para manter a economia e chegarem até aqui, mas há muitas questões, [como] a política restritiva dos bancos centrais. Pode haver turbulência nos mercados, pode haver outra variante, por isso, sucesso, sim, mas há que manter o curso. E o objectivo derradeiro é fazer subir a taxa de crescimento para 6 ou 7% e tratar das cicatrizes recentes”, disse o economista, concluindo que “essa é a agenda a que as autoridades angolanas estão a dar prioridade, e são desafios partilhados por muitos outros países africanos”.

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