FMI aprova maior alocação da história de 650 mil milhões de dólares em Direitos Especiais de Saque
O Conselho de Governadores do Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou, esta segunda-feira, 2, uma alocação geral de Direitos Especiais de Saque (DES) de 456 mil milhões, equivalente a 650 mil milhões de dólares. O valor, que serve para o aumento da liquidez global, constitui a maior alocação de DES na história do FMI.
A informação consta de um comunicado de imprensa publicado no site daquela instituição, no qual a directora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, admite ser esta “uma decisão histórica — a maior alocação de DES na história do FMI e um tiro no braço para a economia global em um momento de crise sem precedentes”.
Os Direitos Especiais de Saque (DES) são um tipo de moeda internacional criada, em 1967, pelo Fundo Monetário Internacional, para substituir o ouro como o principal meio de liquidação de transações financeiras internacionais.
O valor de DES recém-criado, cuja entrada em vigor está prevista para o próximo o dia 23 de Agosto, será creditado aos países membros do FMI na proporção das cotas existentes no Fundo.
Segundo Kristalina Georgieva, a alocação beneficiará todos os membros do Fundo Monetário Internacional, e vai atender as necessidades globais de longo prazo por reservas, além de criar confiança e promover a resiliência e a estabilidade da economia global.
A alocação vai ajudar “particularmente os países mais vulneráveis, que lutam para lidar com o impacto da crise do Covid-19 ”.
Do valor aprovado, cerca de 275 mil milhões de dólares vão ser destinados aos mercados emergentes e países em desenvolvimento, incluindo países de baixa renda.
“Continuaremos a envolver-nos activamente com nossos membros para identificar opções viáveis para canalização voluntária de Direitos Especiais de Saque dos países membros mais ricos para os mais pobres e mais vulneráveis,para apoiar a recuperação da pandemia e alcançar um crescimento resiliente e sustentável”, prometeu Georgieva.
O Conselho de Governadores do Fundo Monetário Internacional entende que uma opção importante é os membros com posições externas fortes canalizarem voluntariamente parte do valor para aumentar os empréstimos para países de baixa renda por meio do Fundo de Redução e Crescimento da Pobreza (PRGT, na sigla inglesa) do FMI.
“O apoio concessional através do Fundo de Redução e Crescimento da Pobreza está, actualmente, sem juros. O FMI também está a explorar outras opções para ajudar os países mais pobres e vulneráveis em seus esforços de recuperação. Um novo Fundo de Resiliência e Sustentabilidade pode ser considerado para facilitar um crescimento mais resiliente e sustentável a médio prazo”, considerou o Conselho do FMI.