FILDA 2025. Ministro José de Lima Massano destaca crescimento de 4,4% do PIB angolano em 2024 mas admite existir “complexos desafios na diversificação da economia”
O ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, destacou, nesta terça-feira, 22, durante a abertura da 40.ª edição da Feira Internacional de Angola (FILDA), antes de Luanda, o crescimento de 4,4% do Produto Interno Bruto (PIB) angolano, em 2024, com contributos crescentes de sectores não petrolíferos, admitindo desafios “exigentes” para a consolidação da diversificação da economia do país.
José de Lima Massano, que discursava na província de lcolo e Bengo, na maior feira de negócios do país — que decorre sob o lema ‘50 Anos Consolidando a Independência Económica e a Integração de Angola no Mundo’, e conta com 2 194 participações directas e indirectas e a presença de 18 países — afirmou que os estímulos à economia angolana “começam a produzir resultado animadores”, referindo que são notáveis o crescimento e a influência nos últimos anos dos sectores não petrolíferos no PIB.
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), o PIB angolano cresceu 4,4% em 2024 face ao ano anterior, impulsionado, sobretudo, pelas actividades de Extracção de diamantes, Minerais metálicos e outros.
“A agricultura, por exemplo, representa hoje cerca de 19% do PIB, quando, em 2017, era de apenas 13% e tem crescido a taxas médias anuais de 6%. A indústria transformadora retomou, em 2024, o crescimento, com cerca de 2,84% e o seu peso na estrutura do PIB é já de 7,59%, com a componente do processamento alimentar a representar cerca de 33% da actividade deste sector transformador”, referiu.
O governante considerou que apesar deste desempenho da economia em 2024, e mesmo com o crescimento positivo que o país voltou a registar no primeiro trimestre de 2025, de cerca de 3,5%, é preciso “reconhecer que os desafios da diversificação económica ainda são complexos e exigentes”.
“Permanecendo necessário o percurso de correcções e reformas para a superação das vulnerabilidades e para que o crescimento económico seja consistente e os ganhos sociais abrangentes e duradouros, por isso precisamos da compreensão de todos e o contínuo engajamento dos cidadãos e das empresas”, apelou José de Lima Massano.
O governante sublinhou que os participantes e visitantes do evento, bem como líderes empresariais, têm o poder não apenas de fazer crescer as suas próprias empresas e negócios, mas também de, em conjunto, moldar o futuro da economia e da comunidade.
“Nesta oportunidade, gostaria de deixar um apelo às empresas que operam em Angola: conheçam-se melhor, identifiquem as vossas necessidades de insumos e serviços e partilhem essa informação sem receios e sempre que possível estabeleçam acordos de fornecimento a prazo, para transmitir segurança aos parceiros de negócio”, sugeriu José de Lima Massano.
O ministro exortou também as empresas a publicarem os seus relatórios e contas “para conferirem confiança aos investidores, financiadores e trabalhadores”.
“Mostrar o que se faz bem em Angola não é apenas uma questão de marketing, é um passo estratégico, para estimular o consumo interno, para atrair parcerias, fomentar o desenvolvimento e a integração económica”, sublinhou.
O executivo angolano vai continuar a adoptar políticas públicas consistentes, que concorram para a estabilidade macroeconómica, que facilitem a organização e acesso aos mercados e que estimulem o financiamento e o investimento produtivo, garantiu o ministro.
A FILDA é o maior evento comercial de dimensão internacional do país. É uma iniciativa do governo, promovida até ao ano passado, pelo extinto Ministério da Economia e Planeamento.