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Ferrovia promete chegar à FIFA, após esgotar todas as vias na justiça angolana

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O Ferrovia do Huambo — clube ao qual foram retirados os pontos conseguidos em 27 jornadas do campeonato nacional de futebol da primeira divisão, Girabola, por suposta falsificação de documentos do futebolista Alberto Xavier ‘Vingumba’ —, promete chegar à Federação Internacional de Futebol (FIFA), com a garantia de que o mesmo só irá acontecer quando forem esgotados todas as vias na justiça angolana.

A informação foi avançada pelo presidente de direcção, Nelson Catito, que continua a considerar “injusta” a decisão tomada pelo elenco da Federação Angolana de Futebol (FAF), através do seu Conselho Jurisdicional.

“Estamos ainda a trabalhar internamente no sentido de encontrar a justiça a nível das nossas instituições. Sendo a FAF filial, caso não tenhamos êxitos, não iremos hesitar em encaminhar o processo à Federação Internacional do Futebol Associado, um direito que nos é consagrado”, considerou Nelson Catito ao jornal !STO É NOTÍCIA.

Além de perder os pontos, o Ferrovia do Huambo foi também despromovido e suspenso por um ano, em todas as competições sob tutela da FAF.

Liderada tecnicamente por Agostinho Tramagal, o emblema do Planalto Central foi ainda obrigado a pagar uma multa no valor de 200 mil kwanzas, em cada jogo perdido na secretaria em que terá alinhado Vingumba.

“Repito: a penalização de que fomos vítima está eivada de muitos vícios, além de terem sido violados os princípios da imparcialidade, por parte Conselho de Disciplina, e que mais tarde foi sentenciado pelo Conselho de Jurisdicional”, desabafou Nelson Catito.

A formação do Huambo reclama ainda de outro alegado erro processual: o facto de a sentença produzida pelo Conselho de Disciplina ter sido decidida com o parecer de Wilson Faria, membro do conselho que deferiu a favor da formação queixosa e irmão de José Faria, presidente do Williete de Benguela. Este facto, segundo Nelson Catito, viola o princípio da imparcialidade, nos termos do artigo 176.º, do Regulamento de Disciplina da FAF.

A morte prematura de um clube

Após a decisão do final do Conselho Jurisdicional, em entrevista a Rádio 5, o futebolista Vingumba desabafou que o castigo à sua equipa representa a “morte prematura de uma equipa formada por jovens que, além da paixão pela modalidade, fazem dele o seu emprego e o ganha-pão.

“Com esta decisão, os nossos empregos estão ameaçados. Os meus colegas acusam-me de quase tudo, até mesmo solicitam-me que lhes arranje alguma alternativa para o sustento das suas famílias”, confessou o atleta, acusado de má inscrição no Ferrovia.

Quem também se mostrou chocado com a posição da FAF é Jeremias Piedade, director do Gabinete da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos no Huambo, considerando a decisão de “comprometedora”, pelo facto de colocar em causa os planos de desenvolvimento do futebol no país, e naquela província, em particular.

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