Faixa de Gaza. Cessar-fogo entre Israel e o Hamas a partir de domingo, anunciou PM do Qatar
Israel e o movimento palestiniano Hamas acordaram num cessar fogo a entrar em vigor no próximo dia 19, na Faixa de Gaza, anunciou hoje o primeiro-ministro do Qatar, Mohammed bin Abdulraham Jassim Al Thani.
O acordo foi confirmado pouco depois pelo Presidente Joe Biden, que disse ser no essencial o plano apresentado pelos Estados Unidos há algumas semanas e que foi alvo de intensas negociações.
O acordo será monitorizado por entidades do Egipto, Qatar e Estados Unidos sediados no Cairo, onde estarão também representantes do Hamas e Israel, disse o chefe do governo qatari.
O acordo prevê a sua aplicação em três fases, iniciando-se com a libertação de 33 reféns israelitas em troca de um número 1000 presos palestinianos.
Acordo em três fases
A primeira fase prevê a libertação de 33 reféns. Israel inicia uma retirada gradual, mantendo um perímetro de segurança em Gaza. Palestinianos condenados à prisão perpétua por actos de terrorismo serão libertados e Israel vai manter uma presença pequena no chamado Corredor de Filadélfia, que faz fronteira entre o Egipto e Gaza.
A segunda fase prevê conversações para a libertação de mais reféns, o início da retirada de Israel e adopção de protocolos de segurança para os palestinianos que regressarem ao norte de Gaza.
A terceira fase prevê a libertação de todos os reféns e a retirada israelita após essa libertação ter sido realizada.
Após isso iniciar-se-á a reconstrução do território.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que a ONU está pronta para apoiar o acordo e entregar ajuda humanitária, mas avisou que o acordo deve remover “obstáculos” à segurança que impedem a entrega de ajuda.
Muitas zonas de Gaza caíram na anarquia, onde bandos armados saqueiam regularmente a ajuda humanitária
O Hamas terá informado os negociadores que dos 251 reféns feitos no ataque do Hamas a Israel, 91 estão ainda no cativeiro e desses 91 pelo menos 34 estão mortos.
O Hamas emitiu uma declaração descrevendo o acordo como “um grande ganho que reflecte a lenda que foi alcançada através da firmeza de Gaza, do seu povo e da bravura da resistência”.
Para o Hamas, Israel “falhou em alcançar qualquer dos seus objectivos”.