EUA não farão intervenção militar em Cuba, afirma senador democrata
O presidente do Comité de Relações Exteriores do Senado dos Estados Unidos, o democrata Bob Menéndez, descartou nesta terça-feira, 13, uma intervenção militar americana em Cuba, abalada por históricos protestos contra o governo.
“Não teremos uma intervenção militar em Cuba”, disse a repórteres o veterano senador de origem cubana, atualmente o latino de cargo mais alto no Congresso dos EUA.
Menéndez, um crítico ferrenho da revolução liderada por Fidel Castro, que há 62 anos estabeleceu uma república socialista em Cuba, rejeitou categoricamente uma invasão à ilha.
“Nenhum governo republicano fez isso, nem mesmo o mais anticomunista”, apontou ele. “Então vamos deixar isso de lado porque é isso que os ‘fidelistas’ querem. Os que mantêm o poder em Cuba querem promover isso.” “Não haverá intervenção militar em Cuba”, insistiu. “O que haverá é apoio ao povo cubano”.
A política dos Estados Unidos é apoiar os cubanos “para que suas liberdades sejam respeitadas, para que possam decidir livremente quem os governa, para que rezem no altar que desejam, para que possam desenvolver sua oportunidade econômica pessoal sem o decisão do Estado”, disse ele.
Menendez aplaudiu a “solidariedade” do presidente americano, Joe Biden, que na segunda-feira expressou o apoio dos EUA aos manifestantes e instou o governo de Miguel Díaz-Canel a não recorrer à violência para reprimi-los.
“As pessoas estão dizendo muito claramente que querem mudanças”, afirmou o senador, lembrando que o lema do Exército cubano é “nosso poder vem do povo” e pedindo que não sejam usadas armas contra “seus concidadãos que se manifestam pacificamente”.
Menéndez também lamentou os “bloqueios da internet” em Cuba pelas autoridades, que segundo ele impedem os cubanos de se comunicarem e o mundo de saber o que está acontecendo na ilha.
“Por que um governo desativa a internet para seu povo? Somente porque tem medo de seus cidadãos”, declarou. “Temos que ajudar a criar um maior acesso tecnológico à internet em Cuba.”
Havana acusa Washington de estar por trás dos protestos sem precedentes registrados em todo o país, o que foi rejeitado pelo governo Biden e chamado de “grave erro”.