Estudo revela que Angola está ainda muito distante dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU
Um estudo governamental, divulgado nesta terça-feira, 1, indica que Angola está ainda muito distante dos fins alistados na ‘Agenda 2030’, da Organização das Nações Unidas (ONU), e que se deve acelerar os investimentos em oito áreas, com destaque para a educação e saúde, para se atingir os aludidos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Os resultados do referido estudo ‘Acelerando os ODS em Angola’, com duração de 18 meses, foram hoje apresentados numa cerimónia partilhada entre o Ministério do Planeamento e as Nações Unidas, revelando que nesta altura só se alcançou apenas 25%.
Em declarações à imprensa, o secretário de Estado para o Planeamento, Luís Epalanga, realçou que o estudo visou identificar formas de direccionar o investimento para áreas que podem acelerar os ODS em Angola, destacando a educação, saúde, saneamento básico, protecção social, igualdade de género, agricultura, água e electricidade.
“Uma vez direccionado o investimento sobre essas áreas, poderíamos acelerar a implementação dos ODS em Angola”, frisou Luís Epalanga, sublinhando que o estudo identificou também a necessidade de se reforçar o financiamento aos ODS, com mobilização de recursos públicos e também privados.
O governante disse também que foi recomendado que sejam feitos investimentos de 2% a 5% do Produto Interno Bruto (PIB) para essas áreas para se atingir os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.
Segundo Luís Epalanga, estão a ser feitos investimentos, mas “provavelmente não suficientes”, devido à conjuntura financeira global, e fundamentalmente nos países da África Subsaariana, recomendando-se, também no caso de Angola, um quadro diversificado de financiamento.
Por sua vez, a coordenadora residente das Nações Unidas em Angola, Zahira Virani, referiu que é preciso investir para acelerar e alcançar os 17 Objectivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030, insistindo na diversificação da economia.
“Nós temos bastantes desafios, mas a diversificação da economia é um em que temos que nos concentrar. Temos também que investir mais na protecção do ambiente e na criação do emprego, especialmente para os jovens”, disse.
Zahira Virane considerou que a segurança alimentar “é absolutamente fundamental” e faz parte do quadro de cooperação com Angola.
“Infelizmente, chegámos só até 25% dos ODS. Ainda falta muito, mas agora temos um novo PDN [Plano de Desenvolvimento Nacional 2023-2027], um novo quadro de cooperação, passou a Covid-19 e esperamos que neste relatório a ser apresentado em 2025 tenhamos notícias boas”, referiu.
A Agenda 2030 é um plano de acção global que reúne 17 Objectivos de Desenvolvimento Sustentável e 169 metas, criados para erradicar a pobreza e promover vida digna a todos, dentro das condições que o planeta oferece e sem comprometer a qualidade de vida das próximas gerações.
O referido plano nasceu de um acordo firmado em 2015 pelos 193 Estados-membros da Organização das Nações Unidas (ONU), com o compromisso de seguir as medidas recomendadas no documento “Transformando o Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável” para os próximos 15 anos, 2016-2030.
Os objectivos e metas são integrados e abrangem as três dimensões do desenvolvimento social, ambiental e económica ― e podem ser colocados em prática por governos, sociedade civil, sector privado e por cada cidadão comprometido com as gerações futuras.