Estudo do INE conclui que 88% dos professores do ensino superior em Angola não têm doutoramento
Cerca de 88% dos 11 512 professores do ensino superior público (universitário e politécnico) em Angola, que estavam a dar aulas em 2021/2022, não possuem o grau de doutor, revela um estudo do Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI), divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Segundo o ‘Anuário Estatístico do Ensino Superior 2021/2022’, num universo de 11 512 professores activos no sistema de ensino superior angolano, somente 1 442 (12%) ostentam o grau de doutor, sendo que 1 138 são homens e 304 mulheres.
Os dados estatísticos apresentados pelo ministério responsável pelo ensino superior em Angola foram elaborados com base nas informações disponibilizadas pelas distintas Instituições de Ensino Superior (IES) e pelo Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo (INAGBE).
Quanto ao grau de mestre, título académico que se obtém após a conclusão de um curso de mestrado, durante o ano lectivo 2021/2022, dos 11 512 professores que leccionavam nas universidades e institutos superiores espalhados pelo país, cerca de 4 167 (36%) deles eram mestres.
Por outro lado, no período em referência, de acordo com o estudo, o subsistema de ensino superior angolano contava com um total de 98 instituições, das quais 30 públicas e 68 privadas.
Deste número, sete são escolas superiores (cinco públicas e duas privadas), 68 institutos superiores (13 públicos e 55 privados), 22 universidades (11 públicas e 11 privadas) e uma academia pública.
No ano académico de 2021-2022, foram graduados um total de 27 058 estudantes, com destaque para os cursos de Direito, com registo de 2 455 formados, correspondente a 9,1%, sendo 700 provenientes de instituições públicas e 1 755 de privadas; e de Enfermagem, com 1 519 (5,6%) estudantes, dos quais 521 em instituições públicas e 998 em privadas.
Do total de graduados, 9,6% pertencem à área de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM) e 9,9% na área de Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática (STEAM).
Cerca de 14 436 (53,3%) foram formados por instituições de ensino superior público, sendo 8 507 (31,4%) do sexo masculino e 5 929 (21,9%) do feminino. Já as instituições privadas de ensino superior contribuíram com 12 622 (46,6%), sendo 5 076 (18,7%) do sexo masculino e 7 546 (27,9%) do feminino.
O estudo do INE conclui também que as instituições de ensino superior privadas matricularam a maioria dos estudantes, com 213 474 (66,6%), enquanto as instituições públicas matricularam 106 958 (33,4%).