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Estudo conjunto dos ministérios da Saúde e do Interior revela alta prevalência de VIH, hepatite e sífilis nas prisões do país

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Um levantamento realizado pelos ministérios da Saúde e do Interior em 17 estabelecimentos prisionais de nove províncias do país fez soar os alarmes da situação de prevalência de determinadas doenças sexuais no sistema penitenciário angolano. Os dados revelam um aumento exponencial de casos de hepatite B, VIH/Sida e de sífilis entre a população carcerária em todo o país.

Segundo a coordenadora da pesquisa, denominada ‘Inquérito Integrado Biológico e Comportamental’, Maria Marques, que falava aos microfones da Rádio Nacional de Angola (RNA), no cômputo geral, além dos 13,4% de casos de hepatite B e 3,4% de VIH/Sida, foram identificadas taxas de 2,1% de sífilis e cerca de 1% de hepatite C entre a população prisional.

O estudo, que parte de testes realizados a mais de 2 000 reclusos com idades compreendidas entre os 18 e 25 anos, dá conta que as cadeias das províncias de Benguela, Cunene e Bengo têm as maiores taxas de prevalência de VIH/Sida, hepatite B e C e sífilis.

Maria Marques referiu que a maior taxa de prevalência é de hepatite B, na província de Benguela, seguindo-se o VIH, no Cunene.

Por sua vez, o secretário de Estado para o Asseguramento Técnico, Cristino Ndeitunga, sublinhou que “o estudo pode representar um passo significativo para se compreender, de forma mais precisa, comportamentos, vulnerabilidades e factores de risco que influenciam a reincidência de certas infecções nos estabelecimentos penitenciários, bem como os passos que devem ser dados, onde a reabilitação e reinserção se articulam com cuidados adequados de saúde, educação e prevenção”.

Já o secretário de Estado para a Saúde Pública, Carlos de Sousa, disse que o governo está “firmemente comprometido” com o alcance das metas de redução do VIH/Sida, assegurando o diagnóstico, o tratamento e as monitorizações.

“Reconhecemos, contudo, que os determinantes da saúde permanecem como um dos principais obstáculos, exigindo uma resposta multi-sectorial robusta e coordenada”, ressaltou.

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