Entendimento entre governo e bureau sindical de trabalhadores trava greve na TCUL
O bureau sindical da empresa de Transporte Colectivo Urbano de Luanda (TCUL) decidiu suspender a greve, anunciada no último fim-de-semana, após chegar a acordo com o patronato, na sequência de um entendimento que resultou de um encontro que juntou o ministro de tutela, os trabalhadores e a direcção da entidade patronal.
Os trabalhadores da TCUL, que estavam prestes a paralisar os serviços por tempo indeterminado nesta quarta-feira, 16, exigem o pagamento do salário em atraso do mês de Junho, os subsídios de férias referentes aos meses de Janeiro a Julho e um aumento salarial.
Convocada por Ricardo Viegas D’Abreu, a reunião contou com as presenças de representantes do Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes Rodoviários e Afins de Luanda (STTRAL), do Bureau Sindical na TCUL, S.A., da Comissão Negociadora, de quadros seniores do Ministério, da Agência Nacional dos Transportes Terrestres e do Conselho de Administração da TCUL.
Segundo um comunicado do Ministério dos Transportes, foi alcançado “um entendimento com os trabalhadores, que inclui o pagamento do subsídio de férias até 16 de Julho, do salário de Junho com o aumento acordado com o Conselho de Administração até 25 de Julho, e do salário de Julho, também com o novo valor, até 15 de Agosto”.
“Paralelamente, e com o objectivo de reforçar a capacidade da empresa, ficou acordada a recuperação de 189 autocarros da frota actual da TCUL, medida que permitirá melhorar a regularidade do serviço, alargar a cobertura da rede e beneficiar mais passageiros”, lê-se no documento.
A TCUL é uma das dez operadoras de transporte público urbano sob acompanhamento do Governo Provincial de Luanda (GPL), entidade responsável pela coordenação e fiscalização dos serviços prestados na província.
Foi criada em Fevereiro de 1988, como Unidade Económica Estatal (UEE), através do Despacho N.° 6/88.
Em 2023, a TCUL deixou de ter o estatuto de Empresa Pública (E.P.), passando a Sociedade Anónima (S.A.), com um conselho de administração nomeado pelo ministro dos Transportes e três entidades públicas como accionistas, nomeadamente o Caminhos-de-ferro de Luanda (CFL), o Instituto de Gestão de Activos e Participação do Estado (IGAPE) e o Fundo Social dos Trabalhadores do Sector dos Transportes (FSTST).