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Elevada inflação, instabilidade cambial e alta dependência do crude levam Standard & Poor’s a manter rating de Angola abaixo da recomendação de investimentos

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Depois da Fitch Ratings o ter feito em Junho passado, a agência de notação financeira Standard & Poor’s (S&P) decidiu manter o rating de Angola em B- (altamente especulativo), com perspectiva de evolução estável.

A posição da agência de rating é justifica com o facto de o país estar ainda muito dependente do câmbio e do petróleo, apesar deste ano o serviço da dívida ser menor.

“A capacidade de Angola pagar as suas obrigações de dívida comercial é limitada pelas elevadas vulnerabilidades orçamentais e externas”, lê-se na nota que acompanha a decisão de manter o rating em B-.

“A credibilidade do governo vai continuar susceptível a movimentos adversos na taxa de câmbio e à dinâmica do sector do petróleo, até que haja uma diversificação significativa” da economia, consideram os analistas da agência.

A Standard & Poor’s, uma das três maiores agências de classificação de risco de crédito, ao lado da Fitch Ratings e da Moody’s, reconhece que a recente revisão do Produto Interno Bruto (PIB) angolano mostra uma economia de valor 13% maior do que dantes, porém, salienta que “o crescimento económico, principalmente numa base per capita, continua baixo, devido aos sucessivos choques e à inflação mais elevada”.

Na actualização do cenário macro-económico para o segundo maior produtor de petróleo na África subsaariana, a S&P antecipa um crescimento de 3% este ano, acelerando face aos 0,9% do ano passado, e acima dos 2% previstos para 2025 e dos 1,6% estimados para os dois anos seguintes.

Os especialistas avançam ainda que o rácio da dívida pública face ao PIB deverá melhorar de 70,6% em 2023 para 61,3% este ano, continuando a cair até aos 57% em 2027.

Em Junho deste ano, a consultora Fitch Ratings decidiu, pelas mesmas razões, manter o rating de Angola em B- (altamente especulativo), prevendo, para este e o próximo ano, um crescimento do PIB na ordem do 1,8 e dos 2,2%.

Recorde-se que a inflação em Angola voltou a registar um ligeiro crescimento em Julho, pela 15.ª vez consecutiva, atingindo uma variação homóloga de 31,09%, estimulada sobretudo pela subida dos preços da ‘Alimentação e bebidas não alcoólicas’. Trata-se do nível mais elevado desde Maio de 2017.

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