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Desvalorização do kwanza leva BNA a rever em alta previsões de inflação para o intervalo de 12% a 14%

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O Banco Nacional de Angola (BNA) reviu em alta as suas previsões de inflação para o intervalo de 12% a 14%, devido ao efeito da depreciação recente da moeda nacional, anunciou, nesta sexta-feira, o governador do banco central, Manuel Tiago Dias, após a reunião do Comité de Política Monetária (CPM).

Em Janeiro deste ano, o BNA, na altura dirigido por José de Lima Massano — agora no governo a liderar a pasta de ministro de Estado para a Coordenação Económica —, esperava terminar o ano de 2023 com uma taxa de inflação entre 9% e 11%.

Nessa altura, registava-se uma sequência de descida acentuada da taxa de inflação, feito que só foi interrompido nos últimos dois meses.

No entanto, de acordo com o Manuel Tiago Dias, esta nova revisão “não compromete o objectivo de médio prazo do banco central em alcançar uma taxa de inflação de um dígito”.

Por outro lado, o Comité de Política Monetária do banco central decidiu manter inalterada a taxa de Juro (BNA) em 17%, assim como aumentar a taxa de juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez para 17,5% e manter a taxa de juro da Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez em 13,5%.

O BNA apontou, na base destas decisões, “o ressurgimento das pressões inflacionistas”, devido à redução das receitas de exportação e consequente depreciação cambial.

“Além disso, tiveram também impacto sobre os preços as expectativas geradas em torno da redução dos subsídios ao preço da gasolina, bem como os constrangimentos resultantes da reorganização da venda ambulante”, justificou o ogovernador do banco central.

Adicionalmente, o CPM decidiu flexibilizar o mecanismo da taxa de custódia sobre o excesso de liquidez dos bancos comerciais junto do BNA, cuja operacionalização será objecto de regulamentação específica.

A inflação homóloga fixou-se em Junho nos 11,25%, um acréscimo de 0,63 pontos percentuais em relação ao período anterior.

No sector externo, assistiu-se à deterioração dos termos de troca, o que contribuiu para a redução do saldo superavitário da conta de bens no primeiro semestre em 52,89%, como reflexo da redução das receitas de exportação em 38,16%, segundo um comunicado do CPM.

O stock das Reservas Internacionais fixou-se em 13,68 mil milhões de dólares (1,12 biliões de kwanzas) no final do mês de Junho, o que representou um grau de cobertura de seis meses de importações de bens e serviços.

A próxima reunião do CPM vai ser realizada na cidade do Sumbe (província do Kwanza-Sul), nos dias 14 e 15 de Setembro de 2023.

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