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“Democracia interna no MPLA corre o risco de fracassar”, alerta António Venâncio

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O militante e pré-candidato ao cadeirão máximo do MPLA António Venâncio alertou, esta quarta feira, 3, para o facto de “a democracia interna do MPLA estar a um passo para o fracasso”, acusando a organização do 8.º congresso do partido de estar a dificultar o trabalho dos militantes que apoiam a sua candidatura no acto de recolha de assinaturas em todo o país.

Em declarações exclusivas ao !STO É NOTÍCIA, António Venâncio prometeu recorrer ao foro judicial, caso os seus direitos de militantes forem violados. “Toda esta pressão que estamos a sofrer constitui uma violação aos estatutos do partido, mas, nós estamos ancorados nos estatutos e vamos recorrer, caso estes venham a ser violados”, asseverou.

Para o engenheiro, a democracia dentro do seu partido “anda de pés trocados”, uma que “a teoria está mais avançada do que a prática”. O candidato afirma que os estatutos do partido dizem que as candidaturas múltiplas são legais, mas estranha que não se tenha verificado o mesmo no resto do país, onde até agora não houve múltiplas candidaturas. “Até ao momento, temos apenas uma candidatura formalizada, verificamos um retrocesso”, lamentou.

Em relação ao apoio expresso pela ex-deputada Tchizé dos Santos e os valores monetários de 500 mil kwanzas por esta disponibilizados, António Venâncio caracterizou como “um gesto de camaradagem entre pessoas com a mesma vocação partidária”, aliás, gesto este que, na sua opinião, “vem contribuir para a democratização do partido”.

António Venâncio reafirmou ainda a intenção de vir a solicitar o prolongamento do prazo já estabelecido para a entrega das subscrições, justificando com o facto de o processo ter sofrido várias interrupções, “fruto da pressão exercida aos militantes”, esperando, com isso, que “haja justiça no tratamento dos processos dos pré-candidatos”.

O político recorreu à alínea d) do artigo 27.º dos Estatutos do MPLA, sobre os direitos do militante dos estatutos, para defender a sua candidatura. “O militante tem o direito de eleger e ser eleito aos cargos de direcção partidária, sem que para este facto beneficie de privilégios especiais”, citou, deixando uma garantia aos seus apoiantes: “Haverá, sim, múltiplas candidaturas e os militantes poderão escolher, no 8.º Congresso, quem vai liderar o MPLA”.

Bernardo Pires

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