Deloitte. Activos das instituições financeiras cresceram 19% em 2020
ºO valor total dos activos das instituições financeiras, isto é o crédito líquido concedido a cliente e os capitais próprios dos bancos, ascendeu a 16.822 mil milhões de Kwanzas, em 2020, o que corresponde a um crescimento de aproximadamente 19% face a 2019.
Os dados foram avançados nesta terça-feira, 13 de Julho, pela consultora Deloitte, durante a apresentação dos resultados da 15.ª edição do estudo Banca em Análise.
De acordo com o estudo, o total do resultado líquido do sector bancário nacional registou, no período analisado, um decréscimo de 237% em relação ao ano anterior, passando para um valor agregado negativo de 165.927 milhões de kwanzas. O resultado, avança a Deloitte, é justificado pelo reconhecimento da menos-valia na cessão de 80% da carteira de crédito malparado do Banco de Poupança e Crédito (BPC) à RECREDIT.
O estudo considera que a Banca teve um ano particularmente desafiante em virtude do contexto pandémico, pois, argumenta, mesmo sem incluir o BPC nesta análise, os Resultados Líquidos agregados do sector em 2020 teriam registado, igualmente, um decréscimo, embora que seria na ordem dos 32% face a 2019.
Para o presidente da Deloitte Angola, José Barata, “os principais indicadores do sector bancário apresentaram tendências mistas em 2020. Por um lado, registou-se um aumento global do total dos activos, do crédito líquido concedido a cliente e dos capitais próprios dos bancos e, por outro, houve uma diminuição do produto bancário e dos resultados líquidos dos bancos em relação a 2019”.
No outro lado do Banca em Análise, no que concerne à posição relativa entre os cinco maiores bancos a operar em Angola, o BAI continua a liderar, com um activo total de 3.057 mil milhões de kwanzas, seguido pelo BFA, BPC, BIC e ATLANTICO, o qual se mantém igual a 2019. Estes bancos representaram cerca de 71,9% do total do activo do sector bancário e o seu activo registou um aumento de cerca de 18,5% face ao ano anterior.
Considerando os bancos analisados, o total de crédito líquido ascendeu a 2.921 mil milhões de kwanzas, o que corresponde a um aumento de 10% face ao ano de 2019, invertendo a tendência dos últimos anos, com o BIC, o ATLÂNTICO, o BAI, o BFA e o Banco SOL a liderarem na concessão de crédito.
No que se refere ao rácio de crédito vencido, e de acordo com as demonstrações financeiras em análise, registou-se uma redução para os 27,4%, em 2020, sendo que em 2019 este rácio foi de aproximadamente 37,3%. Caso não fosse considerado o BPC neste rácio, observar-se-ia um rácio de crédito vencido de 15,4% e de 17,8% em 2019 e 2020, respectivamente.
O presidente da Deloitte Angola explicou que “o ano de 2020 foi marcado por três eventos muito relevantes para o sector bancário: contracção económica devido à pandemia Covid-19; descida da notação financeira de Angola pela Moody’s e pela Fitch, e as alterações relevantes a nível regulamentar, contribuindo para um alinhamento com as melhores práticas internacionais”.
Segundo a 15.ª edição do Banca em Análise da Deloitte, que cita o Banco Nacional de Angola (BNA) como fonte, o valor total dos depósitos de clientes no sector bancário foi de 12.028 mil milhões de kwanzas, o que representa um crescimento de 22% face a 2019. O BAI continua a ser o banco com maior volume de depósitos captados, seguido do BFA, ATLANTICO, BPC e BIC.