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Crédito malparado do BPC atinge os 80% e afunda resultado líquido do sector

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A percentagem do crédito malparado concedido à RECREDIT pelo Banco de Poupança e Crédito (BPC), em 2020, chegou aos 80%, valor que influenciou de forma negativa o resultado líquido do sector bancário nacional, que registou um decréscimo de 237% face a 2019.

O estudo da Deloitte Angola ‘Banca em Análise’, referente ao ano de 2020, refere que o rácio de crédito vencido reduziu para os 27,4%, sendo que em 2019 foi de aproximadamente 37,3%. Caso não fosse considerado o BPC, seria observado um rácio de crédito vencido de 15,4% e de 17,8% em 2019 e 2020, respectivamente.

O vice-governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Rui Miguéns, explicou que o resultado líquido negativo do BPC resulta do facto de o banco público ter de assumir imparidades de transferências dos seus créditos para a RECREDIT. Porém, o responsável acredita que nos próximos tempos ainda poderão prevalecer resultados negativos, garantindo que só a “médio prazo o banco poderá vir a recuperar e começar a dar resultados positivos”.

Rui Miguéns reconheceu que o banco está a passar por dificuldades, no entanto, asseverou que a administração e os clientes estão empenhados para que volte a prestar os serviços de que a economia precisa.

De acordo com Rui Miguéns, que falava à margem da 15.ª edição do ‘Banca em Análise’, “as necessidades de recapitalização do BPC precisam de ser constantemente avaliadas, porque o banco continua a operar e todos os meses teremos de fazer esta avaliação”. Entretanto, adiantou, que o BNA já tem uma ideia de como será recapitalizado, estando um estudo em fase de conclusão, pelo que os resultados serão apresentados em breve.

Jaime Tabo

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