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Companhia de Dança Contemporânea de Angola em digressão pela Europa com o espectáculo ‘Isto é uma mulher?’

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A Companhia de Dança Contemporânea de Angola (CDCA) inicia, em Novembro deste ano, uma digressão pela Europa com vários espetáculos agendados em Portugal (Seixal, Porto, Ponte de Lima) e França (Paris). Na bagagem, a companhia leva consigo o projecto ‘Isto É Uma Mulher?’ e o lançamento do livro ‘30 Anos de Resistência’, da autoria de Rui Tavares e Ana Clara Guerra Marques, a mentora e fundadora da iniciativa artística.

A digressão começa no dia 4 de Novembro, em Portugal, no Auditório Municipal do Fórum Cultural do Seixal, às 21h30, com entrada gratuita. O projecto colectivo criado pelas coreógrafas Ana Clara Guerra Marques e Irène Tassembédo, do Burkina Faso, propõe uma reflexão sobre o empoderamento feminino e os seus dilemas, respondendo à grande questão: ‘Isto é uma mulher?’.

O espectáculo passa em revista o passado da mulher, que foi desde sempre alvo de distinção, muitas vezes subordinada pelo homem, de acordo com as várias culturas e sociedades, razão pela qual “a criação desta peça sobre mulheres pode parecer tão oportuna como arriscado ou mesmo imprudente, pois, às questões anteriores, juntam-se aquelas relacionadas com a construção e identidade de género, as quais estão, igualmente, longe de ser resolvidas”.

De acordo com a sinopse, a ideia do espectáculo ‘Isto é uma mulher?’ não é apresentar soluções, homenagear, exaltar, mostrar compaixão ou assumir qualquer lugar comum, mas “integrar a construção de um lugar humanizado e evoluído, onde ser mulher já não cabe nos paradigmas do passado”.

“O espetáculo convoca o público à descoberta, desafiando-o a confrontar-se consigo próprio e a envolver-se num universo onde, em cada pergunta e em cada resposta, existe uma probabilidade de razão”, reforça a sinopse do espectáculo.

Com uma história de 28 anos, a Companhia de Dança Contemporânea de Angola (CDCA) assume-se como tendo aberto outros caminhos para a dança do país no plano das artes, sendo por isso ainda muito conservadora.

Fundada pela bailarina e coreógrafa Ana Clara Guerra Marques, em 1991, a CDCA define-se como tendo edificado, “através de um percurso de inovação e singularidade, uma história exclusiva que faz dela um colectivo histórico e único, num contexto artístico que permanece frágil, conservador e fortemente cunhado pelas danças patrimoniais e recreativas urbanas e pela ausência de um movimento de criação de autor, no plano da dança”.

A CDCA habituou o público a olhar para a dança como meio de intervenção e crítica social, expondo o homem enquanto cidadão do mundo e protagonista da cena social angolana, tal como revelado nas peças: ‘Mea Culpa’ (1992),‘Imagem & Movimento’ (1993), ‘Palmas, por Favor!’ (1994), ‘Neste País’ (1995), ‘Agora não dá!’, ‘Tou a Bumbar (1998)’, ‘Os Quadros do Verso Vetusto’ (1999), ‘O Homem Que Chorava Sumo de Tomates’ (2011), ‘Solos para um Dó Maior’ (2014), ‘Ceci N’est Pas Une Porte’ (2016), ‘O Monstro Está Em Cena’ (2018) e agora ‘Isto É Uma Mulher?’ (2022).

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