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Cansada de ser “posta de lado”, Angola dá murro na mesa e decide abandonar a Organização dos Países Exportadores de Petróleo

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O governo angolano anunciou, nesta quinta-feira, 21, a saída de Angola da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) por se julgar desprezada e não concordar com as várias decisões tomadas pelo organismo.

A informação foi avançada à imprensa pelo ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, a meio da 10.ª Reunião Ordinária do Conselho de Ministros, orientada pelo Presidente da República, João Lourenço.

“Nós não queremos estar nas organizações para entrar mudo e sair calado, mas, sim, para ser activo e dar contribuições”, destacou Diamantino Azevedo, para quem, “quando isso não acontece é negativo”.

“Quando vemos que as nossas contribuições não levam a nenhum resultado tangível, então não estamos a fazer nada nesta organização”, lamentou.

Nos últimos três anos, Angola já não revelava uma boa relação com a OPEP, principalmente por causa das restrições que o organismo vem aplicando aos seus membros.

“Não nos revemos no 1.110 mil de barris/dia que é reflectido no documento [comunicado da OPEP] e continuamos com a nossa proposta que é de 1.180 mil barris/dia. Este montante é o que faremos o esforço de produzir durante o ano de 2024”

Entretanto, tudo terá se agravado quando, no início deste mês, o governador de Angola na OPEP, Estêvão Pedro, anunciara que o seu staff rejeitou a quota atribuída pelo cartel, que previa uma “redução”, mas que Angola iria manter a meta de 1 180 mil barris por dia para 2024.

Foi no final da 36.ª reunião ministerial desta organização composta por 23 países em que foram deliberadas as quotas de produção para os seus membros a partir de 1 de Janeiro de 2024, no entanto, em resposta, Estêvão Pedro disse que “Angola não concordava” com a decisão.

“Nós já tínhamos apresentado os nossos dados, tendo em conta as capacidades do país, mas, entretanto, a decisão [da OPEP+] foi contra a quantidade que nós prevíamos”, sublinhou na altura.

A OPEP+ apresentou uma meta de 1.110 mil barris/dia, ao passo que Angola anunciou a produção de 70 mil barris a mais. Segundo o responsável, durante a mesma reunião, reafirmou-se a posição angolana, mas, ao contrário da unanimidade que tem sido habitual, a OPEP decidiu uma quota na qual Angola não se revê.

“Não nos revemos no 1.110 mil de barris/dia que é reflectido no documento [comunicado da OPEP] e continuamos com a nossa proposta que é de 1.180 mil barris/dia. Este montante é o que faremos o esforço de produzir durante o ano de 2024”, reforçou.

Estêvão Pedro sublinhou ainda que Angola tinha apresentado uma quota de acordo com o que pode e pretende produzir, indicando que foi formalizada uma carta expressando esta posição.

“O que faltou na reunião foi o critério habitualmente utilizado que é a unanimidade”, lamentou, considerando que a posição de Angola deveria “ser aceite”, cumprindo o princípio da soberania dos países-membros.

Pouco tempo depois, esclarecendo a contenda, o governo chegou mesmo a anunciar a permanência na organização, afastando quaisquer ideias de abandono, mas, nesta quinta-feira, 21, acabou por confirmar a saída.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo é um organismo internacional que administra os assuntos relacionados com a política petrolífera mundial.

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