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25/07/2017- Brasília- DF, Brasil- O Conselho Superior do Ministério Público Federal (MPF) se reúne hoje para analisar a proposta de orçamento do MPF para 2018 Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Brasil. Subprocuradores pedem que PGR apure declarações de Bolsonaro contra o sistema eleitoral

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Cinco integrantes do Conselho Superior do Ministério Público Federal pediram, nesta terça-feira, 13, que o procurador-geral da República, Augusto Aras, abra uma investigação sobre as declarações do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, contra o sistema eletrônico de votação do país.

Os subprocuradores pedem que Augusto Aras avalie se as declarações de Bolsonaro não configuram abuso de poder de autoridade e atentam contra a normalidade das eleições 2022. A representação afirma que o discurso tem “traços evidenciadores de grave e concreta ameaça ao principal instrumento de concretização de uma democracia”.

Sem apresentar provas ou evidências, o Presidente brasileiro tem afirmado que há fraudes nas eleições e que, sem o voto impresso, não haverá eleição em 2022. Caso seja aberta o inquérito, Jair Bolsonaro pode ser chamado no Tribunal Superior Eleitoral.

O Conselho Superior é órgão de cúpula da PGR e trata das questões administrativas. Assinam a representação os subprocuradores José Adonis, Mario Bonsaglia , Luiza Frischeisen, Nicolao Dino e Jose Elaeres Teixeira.

Para os subprocuradores, as declarações de Bolsonaro parecem ultrapassar os limites do mero [e intangível] exercício do direito constitucional à liberdade de expressão e podem configurar abuso de poder, com reflexos graves não apenas na normalidade do processo eleitoral, mas, agora, na sua própria existência.

“Em síntese, há ameaça à própria realização do processo eleitoral por parte de quem exerce um cargo público de elevada envergadura constitucional, urge a actuação investigatória do Ministério Público Eleitoral, nos termos do art. 127 da Constituição Federal, com vistas a identificar e prevenir condutas potencialmente nocivas às eleições e, pois, ao regular funcionamento do Estado Democrático de Direito”, diz o texto.

De acordo com o documento, “as declarações do sr. presidente da República – reconhecidamente candidato à reeleição em 2022 – projeta-se ao pleito do ano vindouro, sugerindo possibilidade de fraudes, se não for adotado registro de “voto impresso” e – o que é mais grave – cogitando a não realização das eleições, caso a sistemática de votação não seja reformulada pelo Congresso Nacional. Nesses termos, além de gerar instabilidade, insegurança e estados emocionais adversos no corpo eleitoral, a fala presidencial contém traços evidenciadores de grave e concreta ameaça ao principal instrumento de concretização de uma democracia representativa, que é a eleição”.

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