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BPC revela ataque cibernético que afectou operações nos balcões, mas recomenda uso de cartões multicaixa

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A plataforma tecnólogica de suporte às actividades do Banco de Poupança e Crédito (BPC) foi alvo, na quinta-feira, 15, de um ataque cibernético do tipo ransomware [programa malicioso que restringe o acesso ao sistema infectado com uma espécie de bloqueio], que está a impossibilitar os seus clientes de efectuarem levantamentos e depósitos junto dos balcões, revelou um comunicado tornado público nesta terça-feira, 20.

De acordo com informações daquela instituição bancária, a origem e a causa do ataque são ainda desconhecidas, porém, “suspeita-se que seja algum ‘malfeitor’ que tenta impedir o banco de continuar a fazer as suas operações”. “Com esse tipo de ataque, não se consegue fazer levantamento, nem depósito nas agências”, esclareceu o director de marketing e comunicação do BPC, José Matoso, adiantando que as operações através dos cartões multicaixa estão disponíveis.

Segundo aquele responsável, uma equipa do banco tentou, durante o fim-de-semana, resolver, sem sucesso, os efeitos do ataque ao sistema. Em face do constrangimento provocado a toda rede de balcões, o banco decidiu avançar com uma nota pública de esclarecimento, que visou tranquilizar os seus clientes.

José Matoso explicou que “a finalidade do ataque não foi de assaltar as contas dos clientes”. “Tão-logo o ataque foi detectado, seguiu-se o protocolo de segurança previsto para proteger a integridade dos activos financeiros e deu-se início a uma rigorosa investigação sobre a ocorrência”, observou.

Reportando-se a situações idênticas ocorridas recentemente no Ministério das Finanças e na Administração Geral Tributária (AGT), o director de marketing e comunicação do BPC disse que, “por norma, quando há este tipo de ataques, os sistemas informáticos ficam bloqueados”.

“Os hackers que fazem isso, em geral, pedem um valor de resgate, para desbloqueio”, apontou, acrescentando que, “no caso do BPC, não houve nenhum pedido de resgate”.

Questionado se o ataque não teria sido resultado de alguma fragilidade no sistema tecnológico, José Matoso considerou que “não existem sistemas tecnológicos perfeitos”, citando como exemplo os inúmeros episódios envolvendo os vários departamentos de Estado dos Estados Unidos da América, que têm sido alvos de vários ataques.

Sobre as dificuldades enfrentadas na utilização dos cartões do BPC na rede multicaixa, José Matoso aconselhou os clientes a não se limitarem a efectuarem uma única tentativa. “Deve-se tentar mais de uma vez em cada operação”, recomendou.

Em Junho deste ano, o BPC justificou as constantes limitações nos serviços da instituição com o facto de se estar a usar uma infra-estrutura tecnológica muito antiga, que está neste momento a ser alvo de substituição. “O processo de mudança continua em andamento”, referiu, apesar de reconhecer alguma morosidade, por razões de segurança.

Por outro lado, José Matoso apontou a falta de energia e de internet de qualidade como os principais factores que influenciam o longo período para a conclusão do processo em curso.

“A equipa pode deixar de trabalhar dois dias por conta de uma avaria no gerador, ou porque a internet está em baixa, e não se consegue fazer o download de um programa que faz parte da instalação”, lamentou.

Jaime Tabo

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