BPC lidera lista dos bancos com maior número de queixas no II trimestre de 2021
O Departamento de Conduta Financeira do Banco Nacional de Angola (BNA), registou, no domínio da gestão das reclamações recebidas durante o segundo trimestre deste ano, um total de 420 reclamações, dentre as quais se destacam 163 dirigidas ao Banco de Poupança e Crédito (BPC).
Um documento publicado na sexta-feira, 6, reconhece que o total das reclamações apresentadas junto do banco regulador representa um decréscimo de 42 queixas, quando comparado ao período homólogo do ano transacto, período durante o qual os consumidores de produtos e serviços financeiros fizeram chegar um total de 462 reclamações.
O número de queixas assacadas ao BPC, que perfazem cerca de 6% do total, estiveram sobretudo relacionadas com questões das contas de depósito à ordem, transacções através de Terminal de Caixa Automática (ATM, na sigla inglesa), e Terminal de Pagamento Automático (TPA), principalmente no que às transferências diz respeito.
O Banco Sol, com 45 queixas, relacionadas com o crédito ao consumo, contas de depósito à ordem e transferências; o Banco Millennium Atlântico, com 43 reclamações nos serviços de transferências, contas de depósito à ordem e operações sobre o estrangeiro, ocuparam a segunda e terceira posições no ranking das reclamações no II trimeste de 2021.
O Banco de Fomento Angola (BFA) é o quarto da lista, com 42 queixas ligadas às contas de depósito à ordem, ATM, TPA e cobranças. Em quinto lugar ficou o Banco Angolano de Investimentos (BAI), cujo número de reclamações foi de 36, e as razões relacionadas com as transferências, contas de depósito à ordem e prestação de serviços. No fim da lista, ficou o Banco BIC, com um total de 27 queixas relativas aos serviços de contas de depósito à ordem, crédito à habitação e transferências.
Ainda segundo o documento do BNA, o total das reclamações sobre as instituições de pequena e média dimensão cifrou-se nas 64 queixas, envolvendo o Banco de Comércio e Indústria (BCI), Banco Económico, Standard Bank Angola, Banco Keve, Banco de Crédito do Sul, Banco de Negócios Internacional (BNI), Banco Caixa Geral Angola, Finibanco Angola, Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA), Banco Comercial Angolano (BCA), Banco de Investimento Rural (BIR) e o Banco VTB África.
De acordo com o BNA, o número de reclamações registadas no período em análise é baixo, considerando que, em média, apenas três clientes, em cada 100 mil, reclamaram contra as instituições financeiras de grande dimensão e uma média de 9,3 clientes, em cada 50 mil, reclamaram contra as instituições de média e pequena dimensão.
No que concerne às matérias mais reclamadas, os temas ligados às contas de depósito à ordem e a transferências congregam perto de 41% do total das reclamações apresentadas ao BNA pelos consumidores de produtos e serviços financeiros.
Relativamente às reclamações apresentadas contra as instituições, no que concerne às contas de depósito à ordem, destaca-se a movimentação indevida. Já sobre as reclamações de transferências, foram registadas 63, sendo 45 referentes a operações em moeda nacional e 18 respeitantes à moeda estrangeira, com destaque para: operação não efectuada ou reconhecida, morosidade na realização da operação e não disponibilização de valores ao beneficiário efectivo.
O BPC, que liderou a lista das reclamações do II trimestre, tem enfrentado, nos últimos meses, problemas no sistema informático, facto que tem gerado sérias dificuldades aos clientes, quando pretendem efectuar qualquer transação através do cartão multicaixa. Por outro lado, nas agências da instituição há, quase sempre, limitações no montante a ser levantado.
Em Junho deste ano, em declarações ao jornal !STO É NOTÍCIA, o director de marketing e comunicação do BPC, José Matoso, justificou as constantes limitações nos serviços da instituição com o facto de se estar a usar uma infra-estrutura tecnológica muito antiga, que está(va) a ser alvo de substituição.
“O processo de mudança continua em andamento”, indicou na altura, reconhecendo alguma morosidade, por razões de segurança.