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BFA prevê ligeira aceleração na inflação homóloga e não acredita que se atinja a cifra de um dígito ainda este ano

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O Gabinete de Estudos Económicos do Banco de Fomento Angola (BFA) considera que a inflação em Angola, após ter alcançado um ritmo claro de desaceleração nos últimos 15 meses, poderá voltar a acelerar nos próximos meses, chegando aos 12% no final do ano, por força da pressão que a moeda nacional tem sofrido no mercado cambial.

O estudo do BFA surge dias depois de o governador do Banco Nacional de Angola (BNA) ter anunciado, na última reunião do Comité de Política Monetária (CPM), que o kwanza desvalorizou 7% face ao dólar norte-americano nos últimos quatro meses, tendo garantido “não haver motivos para pânico.

Numa nota informativa a que o !STO É NOTÍCIA teve acesso, o gabinete do BFA destaca que tem observado os efeitos que o BNA tem alcançado com os trabalhos ligados à flexibilização da política monetária, em razão desta ter adoptado uma postura mais prudente.

“Na persecução dos objectivos de estabilidade de preços e do valor da moeda nacional, o BNA deve continuar a velar pelo equilíbrio entre a política monetária e a política cambial. Numa altura em que há uma visível pressão no mercado cambial consistente com a redução do saldo da balança comercial, o banco central deve continuar a avaliar bem de perto a situação”, recomendam os especialistas.

Adicionalmente, apesar de a inflação homóloga estar situada em níveis históricos, os peritos do segundo maior banco privado no país adiantam que “é crucial analisar o ritmo da inflação mensal que vem acelerando ligeiramente”, pois nos últimos 11 meses, apesar das descidas homólogas, em termos mensais, sempre houve um crescimento, o que faz com que a inflação desça, mas os preços dos produtos básicos continuem a subir.

“A nossa expectativa é que a inflação homóloga já tenha parado de desacelerar, podendo começar a subir de maneira muito ligeira até um a nível um pouco acima dos 12% no final deste ano”, perspectivam os analistas.

A taxa de inflação no país voltou a cair em Abril deste ano para 10,59%, estando mais próximo do tão esperado um dígito. No entanto, isso não se tem traduzido ainda na descida de preços dos produtos, que continuam a subir, muito embora a um ritmo mais lento (0,92%).

A classe ‘Alimentação e bebidas não alcoólicas’ foi a que mais contribuiu para o aumento do nível geral de preços, com 0,53 pontos percentuais durante o mês de Abril, seguindo-se as classes ‘Bens e serviços diversos’, com 0,10 pontos percentuais, ‘Saúde’, com 0,07 pontos percentuais; e ‘Vestuário e calçado’, com 0,06 pontos percentuais, enquanto as restantes classes tiveram contribuições inferiores a 0,06 pontos.

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