BFA liderou no último trimestre de 2024 o ranking de reclamações do sistema financeiro angolano
O Banco de Fomento Angola (BFA) liderou, no último trimestre de 2024, o ranking das reclamações do sistema financeiro angolano, com mais de 2 800 registos de queixas sobre cartões de débito, caixas automáticos/TPA e contas de depósito à ordem, revelou um relatório do Banco Nacional de Angola (BNA) sobre a matéria.
O banco central, na qualidade de supervisor do Sistema Financeiro Angolano (SFA), recepcionou durante o quarto trimestre de 2024 cerca de 13 083 reclamações de clientes bancários. Do total destas queixas, 2 817 dizem respeito ao BFA.
O Banco Angolano de Investimentos (BAI) surge em segundo lugar, com 926 reclamações, relacionadas com contas de depósito à ordem, cartões pré-pagos e crédito ao consumo; ao passo que o terceiro lugar é ocupado pelo Banco de Poupança e Crédito (BPC), com 848, por queixas com os caixas automáticos/TPA, contas de depósito à ordem e crédito ao consumo.
A lista de reclamações é ainda engrossada pelo Banco BIC, no quarto lugar, com 570 reclamações, em consequência de queixas relacionadas com os caixas automáticos/TPA, descobertos bancários e contas de depósito à ordem.
A lista de bancos de maior relevância com mais reclamações integra ainda os bancos Millennium Atlântico, com 451 reclamações (atinentes à prestação de serviços, contas de depósito à ordem e caixas automáticos/TPA), e o Banco Sol, com 378 queixas (relacionadas com contas de depósito à ordem, cartões de débito e crédito ao consumo).
As instituições financeiras bancárias não sistémicas, aquelas de pequena dimensão, registaram, no IV trimestre de 2024, uma média de 213,1 reclamações por cada 50 000 clientes, segundo o BNA.
O relatório do Banco Nacional de Angola sobre o ‘Ranking das Reclamações do Sistema Financeiro Angolano no IV Trimestre de 2024’ mostra, contudo, uma melhoria nos meses de Outubro, Novembro e Dezembro de 2024 face ao trimestre anterior, com uma queda de 11,31% nas reclamações registadas. Se comparado com o trimestre anterior, regista-se um aumento de queixas de 79,51%.
O banco central atribui o aumento de reclamações face ao período homólogo à maior conscientização dos clientes das instituições financeiras, bem como ao “crescimento exponencial de reclamações sobre cartões de débitos, causado por constrangimentos registados na comunicação de alguns bancos com os serviços da Empresa Interbancária de Serviços (EMIS) entre Junho e Outubro de 2024”.
No período em referência, foram alvos de reclamações nove produtos/serviços, designadamente cartões de débito, prestação de serviços, contas de depósito à ordem, caixas automáticos/TPA (Terminal de Pagamento Automático), transferências Mobile Banking, crédito ao consumo e o produto cartões de crédito, no conjunto com um peso de 94,05% do total das queixas.