Banco Africano de Desenvolvimento vai ajudar Angola a criar banco de investimento e empreendedorismo juvenil
O presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Akinwumi Adesiana, manifestou, nesta sexta-feira, 20, disponibilidade para ajudar Angola a criar um banco de investimento e empreendedorismo juvenil, para mobilizar recursos e promover a criação de auto-empregos para os jovens.
Akinwumi Adesiana revelou o apoio à saída de uma audiência com o Presidente João Lourenço, referindo que a situação da juventude consta da lista de preocupações do governo angolano, e acrescentou, explicando, que o objectivo do banco seria o de ajudar os jovens a empreender com startups — empresas de tecnologia financeira, de tecnologia digital —, “no sentido de fazer com que se eleve o nível de vida das populações”.
Neste encontro, antecedido de uma reunião com o ministro do Planeamento, Victor Hugo Guilherme, e com a ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, o BAD deu garantias de que vai continuar a apoiar projectos na área da agricultura e energias, tal como o sector de pescas, industrial e todas áreas que visam o desenvolvimento do país.
Segundo Akinwumi Adesina, no sector da agricultura, o BAD está empenhado em apoiar Angola com a produção de cereais, designadamente milho, trigo e arroz, e reforçar o seu apoio no Corredor do Lobito com um investimento de 500 milhões de dólares norte-americanos.
“O governo já investiu mais de dois mil milhões de dólares e o BAD pretende apoiar este projecto [Corredor do Lobito] como já temos feito do lado zambiano, fazendo com que haja essa conexão”, frisou.
Sobre o sector da energia, Akinwumi Adesina referiu que Angola produz já cerca de 5,2 megawatts de energia, mas desperdiça cerca de 1,5 megawatts e é preciso trabalhar-se para garantir que esta energia chegue aos consumidores.
O presidente do BAD disse que deu a João Lourenço a garantia de que o banco vai continuar a apoiar, principalmente, a construção de linhas de transmissão e transporte [de energia] “que possam ligar os países vizinhos, consequentemente com a rede da SADC [Comunidade de Desenvolvimento da África Austral] através da exportação de energia para a Zâmbia e Namíbia”, referiu.
Salientou que abordou também com João Lourenço a questão do Corredor de Moçâmedes, na Namibe, “uma área bastante importante”, onde também garantiu que o BAD pode dar apoios.
Desde o início das suas operações em Angola, em 1980, o Grupo Banco Africano de Desenvolvimento aprovou um total de mais de três mil milhões de dólares norte-americanos para projectos de desenvolvimento no país.