Angola ficou abaixo da média do continente africano na primeira edição do Índice de Prestação de Serviços Públicos do BAD
Angola obteve uma classificação abaixo da média do continente africano no que diz respeito à prestação de serviços públicos. Os dados constam da primeira edição de um estudo do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), divulgado, nesta sexta-feira, 30. O relatório recomenda uma melhorias nas áreas da industrialização, segurança alimentar, integração regional e serviços sociais.
No relatório sobre o Índice Prestação de Serviços Públicos (PSDI, na sigla inglesa), referente ao ano de 2024, Angola obteve 40,14 pontos em 100, ficando abaixo da média do continente africano (45,39), ao passo que, entre os 53 países avaliados, posicionou-se no 43.º lugar da classificação, que é liderada pelas ilhas Maurícias, com 59,96 pontos, seguido do Egipto (58,99) e da África do Sul (58,89).
Apesar de possuir uma pontuação elevada no capítulo da ‘Energia e electricidade’ (64,52 pontos), Angola apresenta valores baixos em outras quatro categorias do estudo, nomeadamente no que diz respeito à ‘Inclusão sócio-económica’ (43,30), ‘Integração regional’ (38,94), ‘Soberania alimentar’ (36,74) e ‘Industrialização’ (26,09).
“As famílias angolanas classificaram a qualidade dos serviços recebidos em todas as dimensões como moderada, reclamando melhorias na qualidade e na prestação”, lê-se no relatório, em relação à resposta obtida no inquérito.
O estudo do BAD recomenda, para alteração da qualidade de vida dos angolanos, “uma melhoria significativa na prestação de serviços nas áreas da industrialização, segurança alimentar, integração regional e serviços sociais”.
“Em particular, o desenvolvimento da cadeia de valor agrícola, a liberdade de circulação, a ratificação de acordos regionais, os parques industriais, o ambiente de negócios, a saúde, o abastecimento de água e o saneamento exigem uma atenção urgente”, assinala o relatório.
Contudo, o estudo do BAD nota que, “em cada dimensão, demonstra-se um empenho de Angola na diversificação da sua economia”, já que “em colaboração com investidores internacionais e organismos regionais, o governo continua a prosseguir reformas e projetos que prometem um futuro mais próspero”.
O melhor dos PALOP
Entre os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, São Tomé e Príncipe é o melhor classificado, tendo obtido 45,86 pontos em 100, ligeiramente acima da média do continente africano (45,39).
Em todas as cinco dimensões avaliadas, a prestação de serviços públicos em ‘Inclusão socioeconómica’ obteve a melhor classificação (55,7), seguida de ‘Energia e eletricidade’ (46,73), ‘Soberania alimentar’ (45,83), ‘Integração regional’ (45,25) e ‘Industrialização’ (37,57).
O pior dos PALOP
A Guiné-Bissau, por seu turno, é o pior classificado dos PALOP, ao obter 35,74 pontos em 100, ficando abaixo da média do continente africano e no 48.º lugar na classificação.
Nas cinco dimensões avaliadas, a prestação de serviços públicos ao nível da ‘Soberania alimentar’ obteve a pontuação mais elevada, (49,03 pontos), sendo a única acima dos 40 pontos.
Seguem-se a ‘Inclusão socioeconómica’ (36,96), ‘Integração regional’ (36,13), ‘Energia e eletricidade’ (31,74) e ‘Industrialização’ (28,03).
*Com a DW