Angola está em conversações com o banco espanhol BBVA para empréstimo de até mil milhões USD para largar dependência do petróleo, avança a Bloomberg
O governo angolano está a negociar com o banco espanhol Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA) um empréstimo de até mil milhões de dólares norte-americanos (cerca de 920 mil milhões de kwanzas) para o reforço da diversificação económica, revelou, nesta segunda-feira, 24, a Bloomberg.
O empréstimo, avança a agência de informação financeira, vai servir para financiar investimentos públicos em várias áreas que fomentem a diversificação da economia para lá do petróleo, que continua a ser responsável por mais de 90% das exportações angolanas.
O acordo, que ainda não foi aprovado, não foi confirmado pelo BBVA, mas o governo angolano confirmou à Bloomberg, sem muitos detalhes, que há uma proposta de financiamento de projectos com dinheiros públicos usando verbas de origem espanhola.
O empréstimo, a confirmar-se, surge num contexto de tentativa de diversificação das fontes de financiamento de Angola para lá da China, o maior credor internacional aos empréstimos angolanos.
Em 2014, o banco espanhol BBVA emprestou 500 milhões de euros para financiar contratos de exportação de produtores espanhóis, de acordo com o prospecto apresentado aos investidores no final do ano passado, que foi usado para preparar uma emissão de dois mil milhões de dólares norte-americanos.
Em 2020, segundo um relatório da actividade financeira e económica de Angola — diploma criado para convencer os investidores a apostarem no país —, o mesmo banco emprestou novamente 500 milhões de euros para financiar contratos de exportação.
O governo angolano está, ainda segundo a Bloomberg, a reunir com investidores do Médio Oriente, Europa e Estados Unidos da América para “testar o sentimento dos investidores, sobre uma emissão que pode ir até dois mil milhões de dólares em dívida externa (Eurobonds) este ano, informação, inclusive, já revelada pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, durante a sua passagem por Davos, Suíça, em Janeiro deste ano.