Angola é um dos países com menos liberdade económica no mundo. Corrupção e falta de independência judicial entre as causas apontadas pela Heritage Foundation
A Heritage Foundation, uma renomada think tank norte-americana, considera que a corrupção generalizada e a falta de independência judicial em relação à interferência política em Angola, continuam a minar os fundamentos da liberdade económica no país, facto que a fez colocar a economia angolana entre as menos livres do mundo.
De acordo com os dados do Índice Heritage de Liberdade Económica de 2025, além da corrupção generalizada e da falta de independência judicial, os monopólios e quase-monopólios nos principais sectores do país têm minado os fundamentos da liberdade económica em Angola.
Embora tenha subido na pontuação, com 0,7 pontos em relação ao ano passado, Angola totaliza 55 pontos e mantém-se na posição 118.ª, ou seja, no leque dos países com baixa liberdade económica.
O índice é composto por 176 países e Angola está classificada em 18.° lugar entre os 47 países da região da África Subsaariana.
“A pontuação de liberdade económica do país é inferior à média mundial, mas superior à média regional. A economia de Angola é considerada em grande parte não livre”, escrevem os especialistas da fundação.
No documento, a Heritage Foundation afirma que o governo angolano é altamente dependente das receitas do petróleo e dos diamantes e o “seu domínio sobre a economia prejudica a eficiência”, o que torna que os monopólios e quase-monopólios sejam comuns nos principais sectores.
Contrariando a narrativa do governo, a Heritage Foundation considera que a corrupção no país está generalizada e que o ambiente regulatório geral permanece limitado pela falta de compromisso com políticas que apoiem mercados abertos, e alerta para as barreiras não tarifárias e regulamentações onerosas de investimento, que têm desestimulado o desenvolvimento de um sector privado dinâmico.
O estudo da Heritage Foundation coloca Angola abaixo da média mundial em termos de direitos de propriedade, situação que é também extensiva à eficácia judicial e à integridade governamental.
A fundação com sede em Washington, nos Estados Unidos da América, faz uma análise mais ríspida a Angola, considerando-o como “fraco” no que diz respeito ao Estado de direito.