Angola atingiu em 2024 uma média diária de 31 mortos por malária e um número total de quase 11,5 mil
Angola continua entre os seis países mais afectados pela malária a nível global, com um registo total de 11 447 mortes em 2024, resultando numa média de 31 óbitos por dia em quase 12 milhões de casos notificados.
A informação, avançada na passada sexta-feira, 25, pelo secretário de Estado para a Saúde Pública, Carlos Alberto Pinto de Sousa, representa mais de 3% dos casos mundiais.
“No nosso país, a malária continua a ser a principal causa de morbilidade e mortalidade. Em 2024, registámos mais de 11 964 261 de casos e 11 447 óbitos”, revelou o governante, durante a abertura do acto central alusivo ao Dia Mundial da Malária, em Luanda.
De acordo com Carlos Alberto Pinto de Sousa, o país observa, nos últimos anos, “ameaças crescentes” de doenças transmitidas por vectores, o que aumenta o risco de epidemias de doenças transmitidas por estes transmissores (…) “traduzindo-se no aumento de casos de malária, dengue, chicungunha e zika”.
O responsável admitiu que a “sub-notificação [notificação deficiente de doenças], provavelmente, obscureça a verdadeira extensão do problema e potencialmente oculte outras doenças vectoriais não identificadas”.
Carlos Alberto Pinto de Sousa assegurou, por outro lado, que a Direcção Nacional de Saúde Pública está a reforçar o sistema de vigilância vectorial, a fim de assegurar a recolha, a análise e a compreensão sistemática e periódica de dados entomológicos (estudos dos insectos), para avaliar o risco para a saúde das doenças transmitidas por vectores em todas as províncias do país.
Carlos Alberto Pinto de Sousa deu também a conhecer que decorre a actualização do Mapa Entomológico, com o suporte técnico de uma instituição brasileira, com o objectivo de conhecer os principais vectores implicados na transmissão de doenças e definir estratégias integradas de controlo vectorial.
A malária “é prevenível e tratável. Não podemos permitir que continue a limitar o nosso desenvolvimento”, referiu Carlos Alberto Pinto de Sousa, acrescentando que o desafio das autoridades angolanas é garantir que nenhum angolano fique para trás, sobretudo grávidas e crianças, no acesso ao diagnóstico e tratamento gratuito em todo o país.
O Dia Mundial da Luta contra a Malária é comemorado anualmente a 25 de Abril e se reconhece os esforços mundiais para controlar a doença.
O relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2024 estima que a malária tenha causado 597 mil mortes, principalmente entre crianças africanas.