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Analistas dizem que acordo de extradição entre Moçambique e Rwanda ajudará Kagame a perseguir opositores

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O governo de Moçambique e do Rwanda rubricaram um acordo que vai permitir a extradição de cidadãos rwandeses, o que para a comunidade daquele país residente em Moçambique vai ajudar Paul Kagame na luta contra os opositores.

Analistas ouvidos pela Voz da América (VOA) dizem que este compromisso poderá violar o direito constitucional Internacional, tendo em conta os actos praticados pelo governo rwandês, além de apenas beneficiar um país.

O acordo de assistência jurídica mútua em matéria penal, que prevê a extradição de cidadãos, foi rubricado na sexta-feira, 3 de Junho, pelas ministras da Justiça do Rwanda e Moçambique, respectivamente Soline Nyirahabimana e Helena Kida.

Sem gravar entrevistas membros da Associação de Rwandeses em Moçambique afirmaram que este acordo veio reforçar o medo que tem de perseguição por parte do Governo de Paul Kagame, que tem caçado os seus opositores. Eles recordam o assassinato do vice-presidente da associação, no ano passado, bem como do sequestro de um jornalista ruandês na Ilha de Inhaca e que veio a aparecer em Kigali.

Para o analista político Muhamad Yassine este acordo é perturbador, tendo em conta os últimos acontecimentos envolvendo a comunidade ruandesa no país.

“Não foi uma boa estratégia diplomática (…) acho ser perturbador, porque Moçambique é reconhecido como um país de acolhimento. porque também foi acolhido na altura da luta de libertação. Sabemos que o país tem uma grande comunidade do Ruanda que está bem enquadrada do ponto de vista de negócio, comércio e também na área educacional e que tem sido perseguida pelo regime do Ruanda”, comentou Yassine.

*Texto Voz da América

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