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UNITA defende que a independência política em Angola só vai ser plena quando for acompanhada da libertação social e económica

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A UNITA considera que só fará sentido falar-se em independência política em Angola se esta estiver associada à “libertação social e económica”. Em declaração feita na véspera do 11 de Novembro, o maior partido na oposição defende uma reposição da história, que seja “contada na íntegra e com verdade”.

“A independência política só será plena quando for acompanhada da libertação social e económica. Só será plena quando cada angolano poder viver com dignidade, participar livremente na construção do seu destino e ser reconhecido o seu contributo para a edificação da nação”, defende a UNITA, num comunicado, hoje divulgado.

Assinado pelo Secretariado Executivo do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA, alusiva aos 50 anos da independência de Angola, o comunicado descreve o processo de libertação nacional como “uma epopeia história, construída por vários movimentos, líderes e milhares de combatentes anónimos”.

Para aquele partido signatário dos Acordos de Alvor — tratado assinado a 15 de Janeiro de 1975 entre Portugal e os três principais movimentos de libertação de Angola (FNLA, MPLA e UNITA), que estabeleceu as bases para a independência do país e a transição para um governo de partilha de poder —, negar o legado plural da história de Angola seria “perpectuar a divisão e a injustiça histórica”.

Apesar de se orgulhar de ter participado “decisivamente da gesta heróica construtora das nobres conquistas do povo angolano, tais como a Independência Nacional, a Democracia Multipartidária, a Economia de Mercado e a Paz”, a UNITA lamenta que o país continue “a enfrentar enormes desafios que comprometem a afirmação do Estado soberano de Angola e o ideal de uma Angola livre, justa e reconciliada pela qual muitos patriotas deram as suas vidas”.

Para o maior partido na oposição, cinco décadas depois, Angola ainda continua a registar “altos níveis de exclusão social, económica, política e cultural, que marginalizam grande parte da população, sobretudo os jovens, os veteranos da pátria e antigos combatentes, os ex-militares, as comunidades rurais e as mulheres de todos os segmentos sociais”.

“A ausência de uma verdadeira reconciliação nacional, capaz de unir os angolanos em torno de uma memória compartilhada e um próspero destino comum”, “a extrema pobreza que aflige milhões de famílias, contrastando com a ostentação de uma minoria, num país dotado de imensas riquezas naturais”, são também apontados como pontos fracturantes.

A UNITA criticou, igualmente, a falta de um “reconhecimento genuíno e equitativo” dos que considera “verdadeiros Pais da Independência de Angola — Álvaro Holden Roberto e Jonas Malheiro Savimbi no mesmo patamar com António Agostinho Neto, enquanto signatários do Acordo do Alvor”.

“É graças às suas lideranças que foi possível a libertação do nosso país do jugo colonial”, refere a UNITA, defendendo a necessidade de a história de Angola ser “contada na íntegra e com verdade”, para que os 50 anos de independência não sirvam apenas para “comemorar a glória do passado, mas, sobretudo, para renovar a esperança num futuro melhor, onde a liberdade se traduza no desenvolvimento, na paz e na unidade nacional”.

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