Angola é segundo o Banco Absa um dos seis países africanos com piores mercados financeiros
Angola é um dos seis países africanos com piores mercados financeiros, de acordo com o Índice Absa dos Mercados Financeiros Africanos, elaborado pelo Banco Absa, em colaboração com a Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA).
No Índice de 2025, Angola até melhorou uma posição, saindo da 24.ª para 25.ª, entre os 29 países africanos analisados, mas não foi o suficiente para sair do grupo dos seis piores.
África do Sul, Maurícias e Nigéria estão no topo da lista e são considerados os principais mercados financeiros do continente, enquanto Etiópia, Madagáscar e a República Democrática do Congo ocupam os últimos lugares.
O relatório, que “avalia o desenvolvimento dos mercados financeiros em todo o continente do ponto de vista da transparência, acessibilidade e abertura”, refere que as 29 economias analisadas representam cerca de 80% da população e também do Produto Interno Bruto (PIB) de África.
A avaliação usa seis pilares para chegar ao índice final: profundidade do mercado, acesso a moeda estrangeira, transparência do mercado, do fisco e do ambiente regulatório, desenvolvimento dos fundos de pensões, ambiente macroeconómico e transparência, e padrões legais e aplicabilidade.
O índice registou melhorias para Angola em três dos seis pilares avaliados: ‘Profundidade do mercado’, ‘Ambiente macroeconómico e transparência’ e ‘Desenvolvimento de fundos de pensões’.
O país desceu três lugares no pilar que examina a capacidade de os investidores internacionais repatriarem facilmente capital e a capacidade dos bancos centrais de gerir a volatilidade dos fluxos de capital estrangeiro.
“Apesar do difícil cenário macroeconómico, os países africanos estão a expandir e a diversificar activamente as suas ofertas de produtos financeiros para atrair investimento nacional e estrangeiro”, lê-se no relatório do Índice Absa, o qual acrescentado que instrumentos como o financiamento islâmico (sistema financeiro que se baseia em princípios éticos e na lei islâmica) e o financiamento climático estão a ajudar a ir ao encontro das mudanças nas preferências dos investidores e a alinhar-se com as tendências globais das finanças éticas.
Segundo a Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA), o Índice Absa “destaca a crescente importância do financiamento alinhado com o clima, com mais economias a emitir obrigações verdes e ligadas à sustentabilidade, a realizar testes de stress climático e a lançar plataformas como o primeiro mercado voluntário de carbono regulamentado de África”.